Por Tadeu dos Santos
"Na realidade, o Brasil não perdeu a medalha de ouro, mas sim ganhou a de prata."
A pérola acima é de autoria do ex-jogador e atual comentarista global Casagrande.
Considerando-se o menosprezo que “nossas” autoridades sempre dedicaram aos assuntos olímpicos, a frase até poderia ser considerada crível. Não é este, todavia, o caso.
Nossos adversários nas Olimpíadas foram: Bielorrúsia, Nova Zelândia, Egito, Coreia do Sul, Honduras e México. Convenhamos que à exceção do México, todos os demais são verdadeiros jejunos nessa coisa em que outrora fomos tão bons.
Em que pese tudo isso, em meio à competição sacaram um atancante (Hulk) e lançaram um volante (Alecsandro).
É essa a filosofia que há tempos norteia nosso futebol. O campo infestado de volantes que tem a bola na conta de “coisa redonda” que leva a insônia à minha cama.
Andaram a falar que nosso problema era de atitude ou ainda que fomos tomados pelo complexo da “tal medalha que não vem”.
Mas que nada! Nosso problema não é conjuntural, mas estrutural. Não fazemos a tal história a contrapelo de que fala Marilena Chauí no prefácio do livro de Edgard De Decca (O silêncio dos Vencidos). Não estamos por aí a revolver o passado para fazer ecoar o discurso daqueles que restaram vencidos. Andamos sim, na contramão da história.
Há tempos, os volantes de hoje seriam meros zagueiros (e olhe lá). Ocupam a faixa nobre do campo, mas não jogam. Não tocam bem a bola, não lançam, não driblam. São jogadores formados à moda Dunga. São cães persecutórios e nutrem em relação à bola um velho e entranhado ressentimento.
Sim! Padecemos de um inafastável entrave estrutural em que a derrota é o mal menor. O mais deletério em todo esse contexto é a evasão da beleza, é a germanização do “nosso” futebol que em tempos idos, era a cara do brasileiro.
À estupidez estrutural acresça-se nosso parco espírito olímpico e nossa falta de educação esportiva e eis o quadro que reiteradamente nos lança ao peito uma medalha diversa do ouro.
A contratação de Lucas e Oscar por clubes europeus lembrou-me sobremaneira da Copa de 1974, em que Paulo César Caju fechou contrato com um clube francês em plena concentração da seleção brasileira. Já éramos então um grande balcão de negócios. Em meios às últimas olimpíadas não nos limitamos ao fechamento de contratos milionários, também houve um farto churrasco nos dias que antecederam o vexame diante do México.
O vento é fator impeditivo para nossos atletas, o peso das pernas também. E os nervos? Nem me falem.
E não venham dizer que o povo não quer medalhas. Ele quer. Não digam também que o povo não sabe o que quer. Ele sabe.
Aliás, o discurso tendente a negar a importância das medalhas que outrora fazia morada junto às “nossas esquerdas”, agora fixou residência também nos sítios da direita.
Mas tudo há de ajeitar-se. Batemos a Suécia. 3 X 0. É mole?
E lá estava Pelé juntos às autoridades suecas. Aliás, como gosta de autoridades esse “nosso” Pelé, né não? Tanto tempo sob os holofotes e esse sujeito jamais arrumou um tempinho pra falar sobre racismo, política, pobreza ou qualquer outro tema que diga respeito aos brasileiros. Ele paira sobre os acontecimentos. Não é uma pessoa, mas uma entidade.
É um chato monumental, um áulico.
Sim! Batemos a Suécia e arrancamos rumo à copa. Disse-o Galvão Bueno que, ao longo da carreira, levou vergonha aos verdadeiros jornalistas. É o nosso locutor-Poliana. Vende diuturnamente o futebol. É um vil comerciante a sacrificar a verdade em nome das necessidades do mercado. Presta um longo desserviço ao futebol. É um engodo, um farsante. È a Xuxa e nós, os incautos baixinhos.
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ResponderExcluirNo mínimo, meu caro MÁXIMO, é isto!
Fútil é a bola!
O que importa, nestes tempos 'glo.BANAL.izados', são as "boas inten$$ões" destes novos(?) mecenas.
Abraço-tchê!
:o)