sábado, 31 de agosto de 2013

Estação Primeira

Por Máximo




Descendo a 28, entrando na Jorge Rudge, Luis Matos, Viaduto, Mangueira. 



Comentei com a Cátia: Noel fez muito esse caminho pra encontrar Cartola. 

Uma honra, Primeira Estação. 

SRN

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mourinho Não Usa Caveirão

Por Máximo



O futebol é uma maravilha pelas possibilidades estratégicas e táticas que oferece. Não há jogo mais bonito nem mais próximo da História Política, por isso.

Vendo o primeiro tempo da final da  UEFA, Bayern e Chelsea; Guardiola e Mourinho. Prestei atenção na estratégia do português e vi a distância com a Era do Caveirão, em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta. O Chelsea marcou a saída de bola - pressão, pois - as linhas compactas, acirradas, na tentativa de buscar o erro inevitável numa zaga que tem de sair jogando com Dante. A pressão relaxou quando o time inglês fez o primeiro gol num contra-ataque em que o homem de ligação partia na vertical do meio-de-campo à área do Bayern, os atacantes cruzando e abrindo de um lado e do outro, a bola chega no da direita já sabendo que irá encontrar dentro da área, fechando, vindo da esquerda, o outro, o espanhol Torres na posição de centro-avante: 1 x 0. Daí em diante - e esta a diferença quanto à Era do Caveirão Nacional - a maravilha que só o futebol pode proporcionar.

Os dois times expondo seus respectivos desenhos de organização de jogo. O Chelsea marcando atrás da bola com uma linha de dois e duas de quatro, dobrando e até triplicando os marcadores em cima do homem da bola, mas, não conseguiu contra-ataques: o Bayern tocava a bola e encontrava no lado esquerdo, com Riberry, sempre jogadas de perigo. 

Como prestava mais atenção no time do Mourinho, pude perceber a falácia de reduzi-lo a, digamos, uma espécie de Zagallo. Bastava observar a linha de dois: quando atacado, esta era formada na frente como primeiro combate; quando atacava, eram os dois zagueiros, atrás das outras duas linhas de quatro, além de se perceber a fluidez destas, ora compondo um quadrilátero de meio, ora forçando uma linha de quatro esticando a defesa do Bayern. É um estilo. Evidente que prefiro Telê e sua atualização em Cuca e Oswaldo Oliveira. Contudo, é no mínimo, cegueira comparar Mourinho e a Era do caveirão, em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta.

Riberry empata num chute de fora da área logo no início do segundo tempo. Mantém-se o padrão do primeiro tempo. Falar do escorregão de Dante parece implicância com a comissão técnica do Caveirão Nacional. 

O gol do Chelsea na prorrogação, combinado à expulsão de Ramires ao final do jogo, estabeleceu o estereótipo, que, no caso, não passava de recurso tático necessário ante às circunstâncias da desvantagem, em que se costuma encerrar Mourinho: ataque do Bayern contra a defesa do Chesea, plantado na própria intermediária, agora com duas linhas, de 4 e de 5. 

O gol do Bayern no último minuto da prorrogação, após três defesas sensacionais de Cech, é a confirmação da originalidade fantástica do futebol. 

Penaltis.

Pouco importa o resultado. 

SRN


Monografia no Prego das Chuteiras

Por Máximo




Talvez, a vantagem de uma graduação já com as chuteiras no prego esteja no controle, na medida do possível, da ansiedade e da vaidade. Seguinte: com tanta produção disponível, pra que, a essa altura do campeonato, não aproveitá-las, lê-las com utilidade para o que Umberto Eco recomenda uma boa monografia de compilação? 

De fato,uma panorâmica crítica da literatura conveniente à relação entre futebol e História Política, a respeito de cujo recorte, aliás, talvez valha como hipótese 1978. Por que considerar uma hipótese aquela seleção do Coutinho que disputou o mundial da Argentina, igualmente sob ditadura? O que havia nela para ser a rótula, articulando passado e presente, do marco de inflexão do produtivismo neoliberal de chuteiras que conhecemos hoje? Quanto de 78 não está recidivo, tal como o liberalismo (já, de resto, fazendo água), na Era do Caveirão, em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta?


SRN

Rio sob o Manto


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Camp Nou Carioca

Por Máximo




Sempre achei que poderíamos fazer no lado esquerdo da tribuna de honra o que a torcida do Barcelona fazia no Camp Nou contra a ditadura do franco. Agora não sei como chamar, nesse maracanã de arrivismo de celebridade. Mas, basta tentar a apropriação popular e alegam o Estatuto do Torcedor. Como, cara-pálida? Acaso é manifestação "alheia" (foto de Pedro Ivo Almeida/UOL) e que não diz respeito ao futebol, quando sabemos que, a partir do Flamengo, é possível falar de tudo?

SRN

42

Por Máximo

Saudações Rubro-Negras






quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Agrofiomancia

Por Máximo




Na entrevista ao "Bola da Vez", da ESPN, o Ministro Ofiomante fala que o futebol foi organizado pelo povo antes da chegada do Estado e do mercado. Instado sobre a licitação do maracanã do blatter, marin, vírus anexos, dobrados, afirma que não há contradição; apenas diz que não há: ausência completa de argumento contra a evidência do famigerado "estudo de viabilidade" recomendando a mudança do perfil do torcedor, ou seja, para o consumidor de classe média para as "arenas" que viraram shopping de chuteiras. 

Ofiomante, prevê a preservação do povo no futebol através do subsídio extraído desse novo torcedor/consumidor. 

Ofiomante incisivo, também justifica a "arena" do pantanal com o argumento de que Mato Grosso é responsável por 60% das exportações nacionais. Uma maravilha de ofiomancia em que um comunista defende prêmio pro sucesso do agronegócio.

SRN

Taxonomia por Serpente

Por Máximo



A ofiomancia do Ministro Aldo exige taxonomia por serpente. Algumas andam mordendo o próprio rabo e confundindo a previsão. Durante a entrevista ao "Bola da Vez", da ESPN, tropeçou em várias delas. Parece-me que chegou a ser mordido, pela exaltação que lhe quebrou o tom monocórdio, numa única vez: por que o norte e o nordeste não podem ter estádios para meia dúzia de gatos pingados, se os estádios do sul maravilha também jogam para pouco mais de uma kombi? 

Lembrou-se de que graças ao governo de Alagoas, que construiu um estádio lá atrás, na ditadura, pôde ver, pela primeira vez, o seu palmeiras, se não me engano , contra o CSA. 

Pensei que ele fosse fechar a entrevista dizendo que nada mais natural de que "quando a arena vai mal, mais um clube no nacional".

SRN

Marcha sobre Washington

Por Máximo




50 anos da Marcha sobre Washington, do discurso de Martin Luther King, no corolário de um processo de lutas que levaria à Lei dos Direitos Civis, com o fim da segregação, da ampliação da cidadania para um pouco além da perfumaria. 

Obama discursará no mesmo local hoje e é o símbolo de que necessita toda "comunidade imaginada" (Benedict Anderson) para materializar-se. Mas, quanto quer Obama e quanto pode? 

SRN, Martin Luther King

A Ofiomancia de Aldo

Por Máximo



O Ministro Aldo é um ofiomante de confiança. Bastou vê-lo no "Bola da Vez", da ESPN. Não perde tempo com análises fúteis. Prefere a síntese, que extrai da leitura das serpentes com as quais convive um futuro livre de mau agouro. 

O Ministro Aldo conhece o Nirvana. Mas, não sei se conheceu o Kurt Cobain nem se o viu no Holywood Rock, no Sambódromo, nos anos 90. Provavelmente não, protonacional que é, preocupado que estava com a pureza da lingua afiada da ofiomancia. 

SRN

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Monografia (Rubro-Negra, talvez fosse melhor) da UERJ

Por Máximo



No globo de ontem, Afonsinho, ex-jogador do botafogo e do Olaria nas décadas de 60 e 70, toca no cerne do arrivismo emergente da bola midiática atual: "ativo" e "peça de reposição", designações para jogador de futebol, por si mesmas autodemonstráveis da bola que rola. Alguns, certamente notórios, "fenômenos" que são de aluguel de cada centímetro do próprio corpo para vender o que for na Era do Caveirão, em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta. Basta dizer sobre Afonsinho, como ele mesmo afirma, as implicações de parecer com Che Guevara em plena ditadura medici, além de treinado pelo Zagallo. 



Lendo para a monografia de conclusão da UERJ, vejo reiteradas críticas a uma suposta historiografia mítica do futebol que praticaria uma espécie de circularidade em torno da narrativa do herói: queda, expiação e redenção. O herói sofre um dano, purga o sofrimento e, na superação, é redimido e redime toda a sociedade. Parece que o problema vem da primazia da fonte do livro de Mário Filho, "O Negro no Futebol Brasileiro", seu "freyrismo popular", da "democracia racial". Acusam-no de, filho da sua época, nacionalismo tributário ao que Hobsbawm analisa tanto em "Nação e Nacionalismo", quanto em "A Invenção de Tradições". O curioso, entretanto, são críticas, de tão contundentes, como se  se desqualificasse tudo o que de empírico Mário Filho tenha recolhido em dados, contaminado que estava pelo contexto da época em que escreveu. Curioso, destarte, como Certeau não vale para as críticas escritas justo no auge da recidiva liberal dos anos 90. 



Por falar nisso, quanto da trajetória de Geraldo, assobiador, que mais parecia o Basquiat do meio-campo, habilidoso e desinteressado do produtivismo da bola, não seria útil na análise do contexto, mais do que da futebol, da própria época, meados dos anos 70?



SRN

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vip

Por Máximo



Com o aprofundamento da modernidade (para alguns, pós-modernidade, novos paradigmas), a obsolescência da mercadoria, em períodos cada vez menores (também nos marcos do capitalismo, a ideia do ciclo de inovação tecnológica de Schumpeter), produz a sua fetichização. Abstrai-se da realidade, paira acima desta, como se não fosse um produto do trabalho humano; o homem torna-se dela refém; parece que não pode ser alterada pelas relações sociais. 

O futebol hoje, na Era do Espetáculo, é a mercadoria, por excelência. Seu fetiche está nos estádios, agora "arenas", na Copa que dispensa hospital, hospital, de resto,oficina para remendar mercadorias mais do que inúteis.

Como o futebol poderia ser tratado pela história?

Analisar o processo que o transformou nesse fetiche contemporâneo; desvendá-lo em sua dimensão de prática social, cuja materialidade está na rua do subúrbio, o pé descalço, o calo de sangue, a agulha aquecida e desinfectada no álcool para o dreno caseiro, o futebol de salão na quadra do clube da zona norte.

SRN

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Quartel da PE

Por Máximo




Era assim que chamávamos, os moleques da época da década de 70, o centro de tortura mais notório da ditadura. Os que sempre moramos na Gonzaga Bastos, rua que começa bem em frente ao quartel e termina na 28, chegamos, com 11, 12 anos, nele até a frequentar "colônias de férias", matriculados pelos nossos pais. Alguns têm até hoje a foto amarelada do moleque que foram com a camisa branca com o símbolo do quartel no peito. O que éramos na ditadura e por que assim fomos? 

Em "Sobre a História", Hobsbawm escreve que, "desde o início da industrialização, a novidade daquilo que toda geração traz é muito mais marcante que sua similaridade com o que havia antes." Entretanto, recomenda que, se a força da novidade retira da história a lição de um passado dado e estático, cumpre analisar-lhe as mudanças incessantes que levam à produção do esquecimento. O passado só poderá ser útil se fizer algum sentido. Como mudar os olhos daqueles moleques que viam naquele quartel apenas um espaço pra bola e pro jogo de botão? 

SRN

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ideias Assépticas

Por Máximo




Qualquer objeto mobiliza um conjunto de teorias. A suposta transparência é uma delas. Sua eficácia está justo no "estatuto reservado para o reinado das ideias, quanto para o reino dos intelectuais", conforme Aron. O futebol é um problema também do "não-dito" e do ambiente higiênico das ideias. Aliás, o que se quer dizer quando se fala de futebol, enquanto os professores estão nas ruas e em greve, na luta contra arremedos de governo?

SRN

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Produtivismo Neoliberal de Chuteiras

Por Máximo



Produtivismo neoliberal de chuteiras é o fenômeno social do futebol brasileiro no contexto recente. De 1990, a "Era Dunga", até hoje, a "Era do Caveirão", em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta, podemos circunscrever um processo de mudança da prática do futebol brasileiro cuja dominância está num conjunto de controles que passou a reger-lhe a produtividade. O resultado é o estilo. Pouco mais ou menos como a política. "Jogar bonito" (e, pra fugir do abismo teórico de discutir estética fora do alcance, beleza, pra mim, foi o que fez a seleção de 82, a respeito de cuja atualização podemos falar sem nenhum risco de anacronismo) não ganhava título, de modo análogo que à democratização representativa não correspondia o "fim do monstro da inflação". 


Como se vê, o futebol brasileiro é muito importante, importante a um ponto que há muito não está mais entregue à mediação da imprensa, entre outras motivações, pelo engodo que esta suscita, menos por manipulação - aí evidente o embuste - mas, pelos "profissionais sérios", aqueles que acreditam na suposta "transparência do meio", os que ainda nos divertem afirmando que "contra fatos não há argumentos", desconhecedores que são de que um fato é uma construção, recebe sentido que só pode vir de escolhas que lhe são anteriores. O futebol é na imprensa um lugar de poder encoberto pela análise de verniz. Uma boa demão, de resto, na "Era do Caveirão".

SRN

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lenço de Seedorf

Por Máximo



O holandês é um monstro. Vê tudo, como viu ontem, fazendo a parede impedindo a chegada do zagueiro da Portuguesa, deixando a bola limpa praquele centroavante, cujo nome não me lembro, pois mais parece um zagueiro (Mozer era infinitamente melhor, naquela posição, inclusive, fazia golaços, sobretudo contra os paulistas, haja vista o que fazia com a cópia da Ilha do Governador), além do passe pro terceiro gol. Seedorf é o lenço pras lágrimas certamente a serem derramadas quando, por qualquer motivo, juiz ladrão, campo ruim, bicho-papão, o título escorrer pra quem já está mais acostumado. 

Agora o seguinte: Seedorf, Conca, Tevez, fora o Grande GRINGO da Gávea, no futebol que precisa recorrer à História do Imaginário para a crença indispensável à "Era do Caveirão" em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta. 

De resto, Cuca e Oswaldo de Oliveira são um estilo de jogo que valeria ver de camisa amarela.

SRN

Revisitando Geraldo, Assobiador

Por Máximo




Meio-campo habilidoso do Flamengo da primeira metade dos anos 70, morto, com pouco mais de 20 anos, numa operação de amígdalas em agosto de 1976. Lendo agora "Costumes em Comum", de Thompson, vejo como a "economia moral" do historiador inglês ajuda a compreendê-lo para aquele moleque que começava a frequentar as arquibancadas do Maracanã. Geraldo muitas vezes irritava a torcida porque não tinha nenhum outro compromisso senão brincar com a bola e quebrar regras de um jogo que já esboçava a era do espetáculo do faturamento milionário que nos daria produtos muito bem embalados como Ronaldo, "fenômeno" (aspas, de fato, mais do que pertinentes).

SRN

Uma Leitura Oportuna pra Segunda Divisão


sábado, 17 de agosto de 2013

"A Era do Caveirão" na Maré

Por Máximo


Aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta.


SRN


"Era do Capital"

Por Máximo

Sobre a solidão revolucionária dos pobres, na "Primavera dos Povos", na Europa, em 1848 (HOBSBAWM, 2012, pp. 42,43).

SRN






terça-feira, 13 de agosto de 2013

A Quase Boina da Carol

Por Máximo

Só faltou o SRN nessa quase boina da minha filha neste domingo de surpresa excelente que passou.

Um beijo, Carol e SRN


domingo, 11 de agosto de 2013

Velho_Junho_1965

Por Máximo




A paciência com o moleque já começava na hora de tirar fotos. Irascível, o moleque também forçava as pernas arcadas dentro das botas, muito usadas à época - junho de 65 - a fim de corrigir "pé chato". Estávamos na Califórnia, numa experiência que o Velho, o espírito aventureiro açoriano, havia buscado contra a vontade de minha mãe, filha de português do "continente", nascida em Vila Isabel da qual não queria se fastar de jeito nenhum. A volta pela insistência da minha mãe, infeliz como latino-americana, brasileira, para quem os norte-americanos achavam que, ao lado dela, havia jacarés desfilando pelas ruas do Rio. O Velho se rendia, voltou pro açougue na Silva Pinto, em Vila Isabel, é óbvio. E sempre aos domingos, após o moleque encher-lhe o saco várias vezes pela manhã em ligações sucessivas: "tá na hora do jogo, Pai, tá na hora!". No Maracanã ( longe ainda do blatter, marin e vírus anexos), o Flamengo sempre jogava às 5 da tarde. E o Velho, com o moleque aos ombros, na arquibancada, perto da Charanga, ao lado da Tribuna de Honra. 


Uma vontade de chorar do cacete.


SRN

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Costumes ainda em Comum, de Thompson

Por Máximo




Se compreendi direito, em "Costumes em Comum", Thompson explica a "economia moral" como um consenso popular articulado ao paternalismo das autoridades, produzindo uma ação que passa por cima do medo e da deferência. Era um pressuposto social tão forte quanto a privação material, influenciando a Inglaterra do século XVIII. Trazendo o argumento para as manifestações que experimentamos, estas deixam de ser "ações espasmódicas"? As manifestações que retornam, agora mesmo na Alerj, são um sintoma da "economia moral" atingida em seu cerne? O fim do pacto social, que é um bom resumo para "economia moral"?


SRN

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

"Costumes em Comum", de Thompson

Por Máximo



Leio este livro de um dos historiadores da Santíssima Trindade do marxismo inglês, ao lado de Hobsbawm e Perry Anderson. Imprevisível, no melhor humor inglês, expondo um estudo dos costumes dos trabalhadores no século XVIII. Estariam nas "necessidades" e "expectativas" os elementos da "cultura plebeia" que estabelecem o marco entre tradição, o pré-industrial e o mundo moderno. A geração seguinte não tem mais o que aprender com a que a precedeu nessa organização e tempo novos do ritmo industrial. Transformações profundas nas categorias espaço e tempo. Como a "economia moral", "não econômica", pode ser a crítica à racionalidade da industrialização. Thompson fala do "picaresco", do burlesco, utilizados pela "cultura plebeia" como resistência. Leitura excelente, sobretudo quando vemos o humor tirante ao fascismo disfarçado de vanguarda visual sertaneja.

Esse CQC é o Adam Smith com que o fascismo caboclo se diverte. Parece Hitchcok.

SRN

domingo, 4 de agosto de 2013

Apocalipse de Encruzilhada

Por Máximo




Na recidiva de encantamento em que vivemos, o número 3, no caso do frango mineiro, é, certamente, cabalístico. O recorte temporal do garnizé compreende décadas que também não dispensam o três. Há mais ou menos três décadas que perdem de 3x2, no primeiro brasileiro que ganhamos no Maracanã (assim mesmo, com letra maiúscula, antes, pois, de blatter, marin e vírus anexos), 3x2, novamente no Mineirão, em 87, quando deixamos o frango na encruzilhada mineira, voltando pro Rio, pro quarto brasileiro. E hoje...

Fim de papo, pois é gastar vela demais com defunto barato, quer dizer, frango...

SRN

Prato do Domingo


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Memória Laica de um Monstro Sagrado

Por Máximo




1978. Era o final do jogo. Zico bate o escanteio, a bola cai nas costas do Abel, da "barreira do inferno" dos viceínos, mais ou menos no bico da pequena área do segundo pau. Rondineli, o Deus da Raça, fulmina com uma cabeçada o ângulo do Leão. Era o início do Maior Time do Século XX. 


SRN