Era assim que chamávamos, os moleques da época da década de 70, o centro de tortura mais notório da ditadura. Os que sempre moramos na Gonzaga Bastos, rua que começa bem em frente ao quartel e termina na 28, chegamos, com 11, 12 anos, nele até a frequentar "colônias de férias", matriculados pelos nossos pais. Alguns têm até hoje a foto amarelada do moleque que foram com a camisa branca com o símbolo do quartel no peito. O que éramos na ditadura e por que assim fomos?
Em "Sobre a História", Hobsbawm escreve que, "desde o início da industrialização, a novidade daquilo que toda geração traz é muito mais marcante que sua similaridade com o que havia antes." Entretanto, recomenda que, se a força da novidade retira da história a lição de um passado dado e estático, cumpre analisar-lhe as mudanças incessantes que levam à produção do esquecimento. O passado só poderá ser útil se fizer algum sentido. Como mudar os olhos daqueles moleques que viam naquele quartel apenas um espaço pra bola e pro jogo de botão?
SRN
Era assim que chamávamos, os moleques da época da década de 70, o centro de tortura mais notório da ditadura. Os que sempre moramos na Gonzaga Bastos, rua que começa bem em frente ao quartel e termina na 28, chegamos, com 11, 12 anos, nele até a frequentar "colônias de férias", matriculados pelos nossos pais. Alguns têm até hoje a foto amarelada do moleque que foram com a camisa branca com o símbolo do quartel no peito. O que éramos na ditadura e por que assim fomos?
Em "Sobre a História", Hobsbawm escreve que, "desde o início da industrialização, a novidade daquilo que toda geração traz é muito mais marcante que sua similaridade com o que havia antes." Entretanto, recomenda que, se a força da novidade retira da história a lição de um passado dado e estático, cumpre analisar-lhe as mudanças incessantes que levam à produção do esquecimento. O passado só poderá ser útil se fizer algum sentido. Como mudar os olhos daqueles moleques que viam naquele quartel apenas um espaço pra bola e pro jogo de botão?
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