A
despeito da existência do prelo de Guttenberg, a imprensa só pode se tornar um
fenômeno de massas a partir do que Hobsbawm chama de “Revolução Dual”. De fato,
indústria e Estado-Nação. Os meios estavam disponíveis para a socialização da
língua e dos símbolos pátrios. Parece que a História, como disciplina
universitária, também se inscreve neste processo do dezenove, a serviço de uma
narrativa política da nação conveniente aos interesses do Estado.
A imprensa não é um carro coreano, nada tem de valor de uso, atuando, ao contrário, justo no campo dos valores, do simbólico, da identidade. O que acham do
que se verifica hoje, quando, sob o argumento de liberdade de imprensa, que
mais parece – aliás, mais do que aparência, substância – liberdade de empresa,
do seu comportamento em face da regulação da mídia?
A
imprensa, por seu alcance de massas, constrói discursos, atribui sentidos. A
seleção passa a ser a pátria de chuteiras. Cartunistas passam a ser a vaca
sagrada da liberdade. A própria imprensa, aliás, torna-se um tabu. Atingi-la é
ferir as liberdades públicas. Não já passamos da idade de acreditar em Papai
Noel?
SRN
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