Os
estudos históricos sobre o golpe de 64, bem como sobre a ditadura (há
diferenças, acreditam alguns), ganharam complexidade na última década. São
vários – e de abordagens teórico-metodológicas distintas – os grupos acadêmicos
nas universidades públicas. Sob a Nova História, a perspectiva relacional,
revalorizando a autonomia da política e dos agentes, abriu-se também pra toda
sorte de revisionismo, até os que justificam determinadas interpretações do
golpe e da ditadura em favor dos golpistas e ditadores.
Daniel
Aarão Reis, historiador e professor da UFF, vive no olho do furacão acadêmico
e, em entrevista recente, falou da necessidade de se investigar a apatia da
resistência ao golpe, haja vista a popularidade do governo Jango, com 70% de
apoio, conforme fontes de pesquisas de opinião pública da época, depositadas na
Unicamp. Por outro lado, reconhece que, para época, reformas como o voto do
analfabeto e a lei de remessa de lucros eram inassimiláveis pela direita. Era,
nesse contexto, que se disputava a opinião pública.
Calculem
o que não significam hoje as reservas do pré-sal e a regulação da mídia?
SRN
Nenhum comentário:
Postar um comentário