sábado, 7 de fevereiro de 2015

Jango, o Golpe e a Analogia

Os estudos históricos sobre o golpe de 64, bem como sobre a ditadura (há diferenças, acreditam alguns), ganharam complexidade na última década. São vários – e de abordagens teórico-metodológicas distintas – os grupos acadêmicos nas universidades públicas. Sob a Nova História, a perspectiva relacional, revalorizando a autonomia da política e dos agentes, abriu-se também pra toda sorte de revisionismo, até os que justificam determinadas interpretações do golpe e da ditadura em favor dos golpistas e ditadores.

Daniel Aarão Reis, historiador e professor da UFF, vive no olho do furacão acadêmico e, em entrevista recente, falou da necessidade de se investigar a apatia da resistência ao golpe, haja vista a popularidade do governo Jango, com 70% de apoio, conforme fontes de pesquisas de opinião pública da época, depositadas na Unicamp. Por outro lado, reconhece que, para época, reformas como o voto do analfabeto e a lei de remessa de lucros eram inassimiláveis pela direita. Era, nesse contexto, que se disputava a opinião pública.

Calculem o que não significam hoje as reservas do pré-sal e a regulação da mídia?

SRN




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