Tudo que uma empresa investe em projeto cultural é abatido integralmente no imposto de renda. Parece uma maravilha. Ocorre que capital não aceita desaforo, vive pra se reproduzir e tem mesmo, por isso, de investir no simbólico, fundamental hoje no estágio do capitalismo. A roda da fortuna só não é tão espetacular porque renúncia fiscal é interesse público, exige explicação pública. Como se trata de marketing puro, os beneficiados são sempre os mesmos, os artistas de grande visibilidade e boas relações que podem “fazer a imagem da empresa."
Outro dia, aqui no rio, no Viva Rio, um espetáculo pavoroso, de colonização mental, indigente, um musical da Cláudia Raia transpondo literalmente uma situação caipira do interior dos EUA. Ora, renúncia fiscal não é pra beneficiar mercadoria da indústria cultural, barata, fuleira como qualquer outra. É pra experimentação de linguagem, pra quem não faz parte da roda da fortuna midiática.
SRN
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