Cada vez fica mais claro que o que resta ao Lula é o período da campanha eleitoral e, então, tentar usar a política contra o Judiciário. Restam-lhe dois recursos: o próximo - e decisivo - , o julgamento do embargo declaratório (questionamento sobre pontos obscuros da sentença), mera formalidade, na própria segunda instância em que foi condenado por unanimidade; tem um prazo de mais ou menos um mês. Segundo o Globo, é o tempo que o juiz que está voltando de férias leva pra decidir o recurso da defesa. Neste tempo também, é botar pressão na Carmem Lúcia pautar no plenário a discussão sobre revisar a prisão na segunda instância e manter a pena apenas quando não houver mais chance, isto é, a decisão transitada em julgado.
Quanto ao segundo, se a Carmem Lúcia pautar a discussão ainda em março, não há nenhuma garantia de que a prisão em segunda instância seja revista.
No primeiro recurso, sem chance. O TRF-4 sempre rejeita embargo declaratório.
É aí que o Lula terá de provar, já que contextos distintos são retomados, se é mesmo maior do que Vargas.
Vargas, ao suicidar-se, provoca uma sublevação popular e muda a política.
Preso, Lula poderá se candidatar. A lei da ficha limpa não impede o registro de candidatos com problema na justiça. O que ela determina é o julgamento que decide se um candidato que se confirme nessa situação continua ou não com o direito à candidatura.
Será que o Lula, da cadeia, consegue fazer as massas se insurgirem?
SRN
P.S. Conforme o grande Chico de Oliveira, o problema com Vargas é que ele foi um ditador e criou as instituições que ainda estão aí a reger as nossas vidas e exigem que nos posicionemos. Fernando Henrique e Lula, PT e PSDB, o balizamento político que nos afeta há anos e que pautará, ainda, as eleições deste ano, não fazem outra coisa senão debater com o Varguismo. O que foi a precarização desta reforma trabalhista feita pelo "golpista" que "golpeou" o Lula, mas que este o admira justo por ser politicamente capaz de sobreviver? Vem, aliás, das hostes do próprio lulismo a lembrança do que o povo fez quando do suicídio de Vargas.
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