Por Tácito Pereira Nunes
O futebol é muito importante para ficar entregue a si mesmo. Muito pior à crônica esportiva, que só valia quando nela escreviam João Saldanha e Sandro Moreira, no antigo Jornal do Brasil.
Permitir o futebol à plastificação editorial, em uma formatação de vinhetas e lead ao estilo Lar do Padro, corresponde a entregar a historiografia às mãos da lenda do gaúcho macho de um Peninha de pampa gremista.
Darcy Ribeiro dizia que o Brasil era uma máquina de gastar gente. Não há ideia mais apropriada para começar a se falar de futebol, quando se trata particularmente de personagens como o Adriano.
O moralismo da hipocrisia da crônica que não resiste a uma boca livre pendura no Adriano exigências e expectativas inumanas e covardes. Figuras típicas do "jabá", agora atualizadas vendendo planos de saúde e assinaturas de tvs a cabo, provocam asco pela conspurcação de palavras como ética e moral. Implacáveis, atacam os "chinelinhos" até o limite da irresponsabilidade. Travestem-se de médicos e lançam diagnósticos, evidentemente sob o patrocínio de algum laboratório muito conveniente.
A extensão do mercado da bola está na exata medida de sua comunicação neste capitalismo do espetáculo em sucedâneo ao industrial. Estrutura de faturamento numa escala planetária, articulando federações, confederações, sob coordenação da multinacional-mor, a Fifa. Um concerto de interesses de faturamento nebuloso, mas cuja face disponível é justo a mais justa: o rendimento do atleta da bola sem o qual tamanha estrutura não passa de um castelo de areia feito na praia da Bica na Ilha do Governador.
Em poucas palavras: para que Adriano ganhe quinhentos, ou Ronaldinho um milhão, há uma estrutura cujo faturamento gira em torno de no mínimo 20 vezes mais.
Como Rubro-Negro, gostaria de ver o Adriano de volta.
Seja bem vindo, meu irmão, campeão de 2009.
HEXA legítimo.
SRN
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