quarta-feira, 16 de março de 2011

O MANTO SAGRADO não veste imperialista

Por Plácido Gonzaga Bastos


Escuto no pré-jogo - de cuja volta acabamos de nos livrar vencendo o bravo Fortaleza por 3 x 0  (golaço do moleque Diego Maurício, de quem tem vocação pra artilheiro, deixou a bola passar no passe do Ronaldinho, virou o corpo e bateu colocado no canto direito) -  que Obama descerá de helicóptero na Gávea. Talvez só não seja pior ser surdo. 

O MANTO SAGRADO não veste imperialista.

Obama, ademais,  nunca me enganou. Refém de uma estrutura de poder imperialista, não ascenderia ao topo de sua hierarquia sem ter sido devidamente assimilado. Documentos internos da diplomacia americana, revelados pelo wikileaks, são a prova. O governo Obama, a despeito da caricatura de arquibancada de que "Lula era o cara", atuava nos bastidores bombardeando o Celso Amorim e a nossa política externa Sul-Sul. Teme a emergência brasileira por não nos considerar confiáveis, permeáveis que somos a "políticas populistas e de esquerda". A estratégia de bloqueio é notória, com a má-vontade  em nos admitir ao Conselho de segurança da ONU, a rejeição ao fim da taxação de nosso etanol, concorrente norte-amerciano em seu próprio mercado (livre mercado, de resto,  só quando convém) e a suspeita de que pretendemos o imperialismo através de uma nova política nuclear e atuação solo no Oriente Médio, haja vista nossa postura independente com relação ao Irã.

Infelizmente, a cor da pele de Obama deu ao imperialismo o verniz progressista que sempre lhe faltou. Nesse sentido, um desserviço aos diversos movimento negros internacionais que, independente de ideologias, sempre se pautaram pelo viés progressista anti-imperialista.


Chega ao Brasil na semana que vem. Ao invés da Gávea, poderiam levá-lo ao engenhão para uma recepção à altura da Nação Rubro-Negra:

Uma vaia uníssona em Preto e Vermelho.

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