domingo, 3 de abril de 2011

Racismo, Inutilidades Acadêmicas e "Positivismo de Arquivo"

Por Máximo

 

Diante da recidiva das bananas na Europa e da estupidez desse idiota do bolsonaro, nada é mais importante do que ocupar todos os espaços de repúdio ao racismo, das quatro linhas à academia, passando, sobretudo, pelas entidades organizadoras do mundo da bola.

No ambiente acadêmico, na relação entre futebol e identidade, a despeito da pós-modernidade usada até pra vender sorvete,  pratica-se  a ideia de evolução que expressa um sentido de ordem que fornece certezas, cancelando o caos, garantindo o controle, e permitindo, na irrelevância oportunística com que se trata a estrutura e a dialética, organizar um processo linear, cronológico, de etapas evolutivas - ou seja: constituição, afirmação, diluição identitárias - construção que se erige em torno da seleção que é o referente. Um objeto acadêmico, assim construído em etapas muito bem delimitadas, pode ser um excelente brinquedo intelectual, sem embargo, contudo, do artificialismo que encerra.


Outro ponto diz respeito ao que a historiografia tem classificado de "positivismo de arquivo", uma espécie de "fetichismo das fontes", segundo afirmara Carr. Nesse sentido, penso que um bom modo de desestabilizar o dado empírico é precarizá-lo. Surge um fato que se expõe à diluição. E a precarização, paradoxalmente, serve ao "positivismo de arquivo". Como? Só é válido, considerado realidade, o que dispõe de comprovação documental. O racismo no Brasil, por exemplo, nunca teria existido, porque, ao contrário dos EUA, não dispunhamos de leis que explicitassem a discriminação racial.
Como diria meu camarada 28, pior do que isso só  sendo surdo.

O racismo, portanto,  é um problema que deveria mobilizar da CBF à Fifa, passando pela UEFA, e não simplesmente passar despercebido como se se tratasse de uma manifestação isolada sem implicações sociais profundas.


Brinquedos acadêmicos inúteis, cascas de bananas, imbecis fascistas, CBF, UEFA, Fifa. 

E aí?

SRN

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