Por Paulo Teodoro da Silva
Vivemos um momento particularmente difícil. Em meio a muita bobagem, especialistas de última hora, de sociólogo a ex-militar, passando até por "celebridades", naquilo que, de resto, exige apreensão, codificação e domínio da complexidade urbana.
Mas, o assunto deste blog é o futebol, notadamente o futebol carioca (agradeço ao Máximo a concessão para falar de um futebol carioca menor, não ampliado como é o Flamengo) .
A maior parte ainda não era sequer nascida, sem condições, portanto, de compreender a importância, o significado dialético do futebol carioca. Havia sempre um resto de tese na antítese que opunham ao Flamengo: 80. Em seguida, a negação. 82. 83. Uma negação um pouco mais longa. 87. Novamente a negação relativamente espaçada. 92. E aí o que se sabe até o ano passado: 2009.
E o que temos hoje não passa de um anacronismo tricolor. Um arremedo desatualizado de pretensões elitistas.
Comparem.
Quanta estupidez produzida. Parece a programação da globonews, com aqueles neófitos de óculos coloridos, que acabaram de inventar a roda e foram ao jardim botânico pra contar.
2010 é a pá de cal sempre renovada no iluminismo. Do que mais se necessita para demonstrar que não há na história nenhuma lei do progresso? Indispensável notar como a vida não segue nenhuma linha reta evolutiva, em que o próximo passo será superior ao anterior. Se alguma lei há na história, certamente é dialética, a vida cheia de contradições e problemas, sem qualquer garantia para o que virá. A depender da correlação de forças a síntese poderá resultar tanto em algo melhor, quanto pior.
A vida é Rubro-Negra. No ano passado, campeões, neste ano, batendo na trave do rebaixamento e contando com caipiras pra alcançarmos a sul-americana. Este ano uma sucessão de problemas envolvendo até o impensável, quando o mito se humaniza e o Zico chega, fica pouco tempo e tem de se afastar.
2010 foi a negação da tese, no esforço empreendido pelo resto do Rio, expressão muito conveniente usada não sei se pelo Máximo ou pelo 28. Amarelos no primeiro semestre, empesteando o Rio, e a fauna comprometida, em desalinho ecológico tangida pelos grunhidos que foram arrumar lá na roça do tietê.
Repito a pergunta pra concluir: do que mais se necessita, ao fim deste ano, para demonstrar que não há na história qualquer lei de progresso?
SRN
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