Por 28
As moças paulistas que torcem pelo são paulo poderiam vir até aqui, aproveitar o Rio que frita. Sua desnecessidade no clube do morumbi é conhecida: Rogério Ceni, Zetti e Juju, agarrados à taça das bolinhas, preferem o ar condicionado da Caixa Econômica.
Ceni parece uma personagem antiga de novela da globo. A Viúva Porcina do gol do morumbi sempre foi sem nunca ter sido. Imagina-se um Yashin, mas ficou pau a pau com o Zetti. Agarrados à taça das bolinhas, Zetti declinou do chá servido logo em seguida, enquanto Ceni, não resistindo ao microfone, repetiu um dos frangos que costuma tomar e escuta cantar sem saber onde:
"A taça merece ficar no morumbi, mérito esportivo."
Cabotinismo é uma palavra, em geral, adequada a paulista, mais adequada ainda a paulista novo rico, e não há esforço asséptico, por mais rigoroso, que não revele o chitãozinho e xororo, praticamente um tropismo da alma bandeirante. Uma sugestão: por que o presidente do são paulo não tenta achar uma brochura com os anais da resolução do Clube dos 13, quando de sua criação em 87?
"Quando a arena vai mal, mais um clube no nacional".
A palavra chave das circunstâncias da época era transição. A sentença cunhada acima refletia um campeonato brasileiro que chegou a ter, durante a década de 70, mais de 90 clubes em sua primeira divisão. Era clara a manipulação ideológica, a ditadura não tinha ilusão ante o fracasso eleitoral de seu biombo político e empurrava goela abaixo do brasileiro não só porrada e censura, mas também confianças, ceubs, o que fosse calçando chuteiras, ligado ao seu curral político.
A transição política se acelera com a chamada "Nova República", articulada pela oposição, frações oportunistas da ditadura e a própria ditadura através de sua cúpula militar. Tancredo, que a encarnava, não toma posse. Uma diverticulite o inutiliza e o país segue uma via crucis de alguns poucos meses. Morre Tancredo, Sarney assume, a corda bamba entre a falta de legitimidade e uma vela ora pra Deus ora pro diabo, até que se afirma a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
A década de 80, ao final, abria perspectivas. Destas ao futebol, particularmente à cúpula da bola, sempre oportunista.
A CBF devia até a conta da Light e delega ao Clube dos 13, que se trata de uma entidade formada pelos grandes clubes brasileiros justo naquele momento, a organização do campeonato brasileiro. Democratização, fim da ditadura eram expressões que serviam à época até pra vender cachaça em botequim. O Clube dos 13, a "Nova República da Bola", aproveita e vende o brasileiro, composto exlusivamente dos grandes clubes, sob o nome conveniente, de grande apelo, a chamada "Copa União". Não há "modulo verde". Não há "módulo amarelo". Isso foi esperteza criada posteriormente e durante o desenvolvimento da Copa União pela cbf, que viu a armadilha que criara ao permitir o vácuo de poder. Na tentativa de retomá-lo, pois que, de resto, possuía a chancela oficial da competição, acorda com o Clube dos 13 os tais módulos, como uma foma de atender aos que ficaram de fora, ademais, ainda com poder, muitos com conexões políticas da prática da ditadura recente.
A chorumela que já vai longa, muito vela pra defunto barato, resume-se no seguinte:
O sãopaulino que à epoca ocupava o cargo que hoje é do Juju fora um dos principais idealizadores à recusa do cruzamento político proposto pela interesseira cbf. O campeão da Copa União, portanto, Campeão Brasileiro de 87, viria do agora "módulo verde" em face da contrafação criado com o outro, o de segunda, o "amarelo".
A História é Rubro-Negra.
Só não a conhecem Juju, Ceni e Zetti.
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