Moro na Gonzaga Bastos, uma rua que liga Tijuca a Vila Isabel (começa no terrífico quartel da PE de triste memória da ditadura, em frente à praça Lamartine Babo, local onde foi instalado o busto de Rubens Paiva, torturado e morto naquele quartel e termina na 28). Minha filha estava com o namorado no portão de entrada da vila de casas onde nasci, me criei etc. Entrou correndo pra me dizer que haviam sido assaltados por dois camaradas numa moto. Alívio, apenas o celular. Fomos à delegacia na Luis Mattos, perto da UERJ. Logo em seguida, entraram mais outras jovens, também vítimas dos mesmos caras, acompanhadas do pai pra também dar queixa. Enquanto minha filha e o namorado faziam o B.O., eu esperava. O cara virou pra mim e disse:
"Bolsonaro é que tá certo. Tinha de ter pena de morte, matar todos esses filhos da puta. De 1000, iam morrer 10 inocentes, mas é um preço justo."
Não respondi. Levantei. Fui pra porta da delegacia, esperar na rua, pensando:
"Ainda bem que a Carolina é uma inocente que está viva."
Isso foi quase de madrugada. O impeachment já havia acabado. Eu e a Catia já íamos deitar. Saí da delegacia quase às duas horas. De fato, temos o Congresso que merecemos.
Foda.
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