Corrupção e violência fazem parte hoje da agenda do chamado "Estado do bem-estar", cuja construção vem desde 86, com a eleição (aliás, não suficientemente explicada como deveria) para a constituinte e, ao final, a própria Constituição de 88. Lula fez parte deste processo, deu a sua contribuição que hoje só se ampliaria se não insistisse na versão, lamentavelmente, encampada por Boulos, de que não entende nada quem vê na sua prisão apenas uma disputa eleitoral e não um um risco à democracia. O desmonte do projeto do Estado democrático de direito - soberania, cidadania, respeito à dignidade da pessoa humana, ao valor social do trabalho, da livre iniciativa e pluralismo político - vem bem acondicionado, embalado para presente e com cartão manuscrito onde se lê: "a Constituição não cabe mais no PIB".
O risco, que é uma possibilidade, vem de outra fonte, está na expansão de uma direita agressiva e retrógrada, pouco a pouco referência para a insegurança e o medo cotidianos dos que vivemos, por exemplo, na nossa Cidade.
A corrupção também. Descurada, considerada resquício farisaico que frequenta a mentalidade mesquinha de classe média, vale questioná-la, impondo duvidar da tese da falta de compromisso com a moral de uma ordem que se quer superar. Certo, corruptos são a autoridade e o empresário, cúmplices. Expropriação é outra coisa, quando praticada em favor da hegemonia que libertará o povo brasileiro.
Creio que, neste ponto, amadurecemos.
SRN
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