quinta-feira, 5 de abril de 2018

E a do português? Eu conto depois.

Tentando entender o fato como uma produção social. O pronunciamento do general Villas Bôas. Um general, mesmo boquirroto e falastrão, basta falar que o país amanhece sob ameaça de golpe. É golpe. Aí, o general vizinho do prédio ao lado também fala, mas vai além, pega a espada pendurada na parede e grita, escoteiro: "sempre alerta, comandante!". Trama-se o golpe. O whatsapp se inflama. Golpe! 
Eu pergunto: somos mesmo tão infantis, com medo do castigo? 
30 anos de normalidade institucional, com dois impeachments, sem ameaça de ruptura, não mudaram a nossa realidade? 
Se vivemos outra realidade, amadurecida institucionalmente, por que diatribes de general provocam tanta repercussão por ganhar curso em meios que têm por obrigação dar a tais diatribes a dimensão de bufonaria que contém? 
Ou, somos mesmo uma população que clama, de fato, por ditadura militar? 
Prefiro achar que o facilitário de quem vê tudo de um modo muito simples não contamine a responsabilidade de quem tem, por obrigação profissional, tê-la na vida.


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