Ocimar estudou comigo na
UERJ. Era assíduo, costumava sentar bem nas primeiras carteiras. Chegava a
perguntar se podia gravar as aulas. Se autorizado, botava o celular no suporte
do quadro. Lembrei-me dele porque precisava de um esclarecimento. Então,
resolvi mexer aqui nos arquivos de áudio pra ouvir uma das disciplinas mais
concorridas da UERJ que era justo o “Corredor I”. A transcrição foi difícil,
pois o celular, muito ruim, confundia o barulho da circulação com o que o
Ocimar dizia. De qualquer modo é suficiente, sobretudo por se tratar de uma
postagem de blog.
“Máximo, é o seguinte: a
História é também um produto da indústria cultural. Regida por critérios
produtivistas – classificação e padronização -, pode ser encontrada em diversos
títulos em banca de jornal e distribuída por livrarias em edições com
narrativas jornalísticas e, mesmo, ficcionais. Há verdadeiros sucessos de
vendas como qualquer Paulo Coelho. Então, se é assim, se já que estamos no
circuito de massas dos bens simbólicos, por que não concordar com Benjamin que
via na arte reprodutiva uma possibilidade política de emancipação crítica? Não
é melhor enfrentar as condições de produção que nos disponibilizam diversas
modalidades de narrativa histórica, ao invés de um esforço por pureza da
autonomia da arte como queria Adorno em sua rejeição absoluta da indústria
cultural?”
A vantagem do Ocimar é que
ele falava como se escrevesse, me lembrando o grande João Saldanha. Bastava
copiar.
SRN
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