terça-feira, 7 de julho de 2015

Ocimar, a indústria cultural e o esclarecimento como engodo das massas

Ocimar estudou comigo na UERJ. Era assíduo, costumava sentar bem nas primeiras carteiras. Chegava a perguntar se podia gravar as aulas. Se autorizado, botava o celular no suporte do quadro. Lembrei-me dele porque precisava de um esclarecimento. Então, resolvi mexer aqui nos arquivos de áudio pra ouvir uma das disciplinas mais concorridas da UERJ que era justo o “Corredor I”. A transcrição foi difícil, pois o celular, muito ruim, confundia o barulho da circulação com o que o Ocimar dizia. De qualquer modo é suficiente, sobretudo por se tratar de uma postagem de blog.



“Máximo, é o seguinte: a História é também um produto da indústria cultural. Regida por critérios produtivistas – classificação e padronização -, pode ser encontrada em diversos títulos em banca de jornal e distribuída por livrarias em edições com narrativas jornalísticas e, mesmo, ficcionais. Há verdadeiros sucessos de vendas como qualquer Paulo Coelho. Então, se é assim, se já que estamos no circuito de massas dos bens simbólicos, por que não concordar com Benjamin que via na arte reprodutiva uma possibilidade política de emancipação crítica? Não é melhor enfrentar as condições de produção que nos disponibilizam diversas modalidades de narrativa histórica, ao invés de um esforço por pureza da autonomia da arte como queria Adorno em sua rejeição absoluta da indústria cultural?”

A vantagem do Ocimar é que ele falava como se escrevesse, me lembrando o grande João Saldanha. Bastava copiar.

SRN

Nenhum comentário:

Postar um comentário