Os
Estudos Culturais constituíram-se na Inglaterra, sobretudo com Raymond Williams,
que escreve o texto fundador “Cultura e Sociedade’, nos anos 1950, para superar
a crítica formalista que defendia a autonomia “superior” da arte sobre o mundo
“inferior” da vida real, a concepção abstrata, metafísica, da arte, dissociada
da produção material completamente desestabilizada desde a Revolução
Industrial. A “alta cultura” foi uma tradição que se construiu, a partir do
século XIX, em reação à Revolução Industrial que organizava a sociedade à base
da máquina e do mercado.
Os
Estudos Culturais também retificaram a crítica cultural marxista, a velha
relação infraestrutura/superestrutura, pela qual a arte não passa de decoração
da vida real. A cultura não é apenas reflexo, ao mesmo tempo em que é produzida
também produz a realidade, portanto, é um meio de acesso próprio ao seu
conhecimento e transformação.
Os anos
50 se explicam, pois vínhamos de imediato da II Segunda Guerra. Na sociedade
dos meios de comunicação de massas, emergente, a dominação do capitalismo torna-se
sutil, não se limitando apenas à propriedade e à coerção. Agora dispunha de meios
de organizar a representação da experiência do que se viveu. A imagem passa a
ser uma construção política a serviço do controle.
É
muito divertido ver os elogios auto-referentes de “imparcialidade, objetividade
e respeito à diversidade”, na comemoração dos 90 anos do Globo.
Só
falta a crônica cheia de gordura do Pedro Bial, o “intelectual” das
organizações Globo.
Nem
é bom consultar o Caboclo Sete Flechas, aqui na 28, em Vila Isabel, pra saber o
que pensa Raymond Williams.
SRN
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