sábado, 30 de março de 2013

Estafeta de Deus

Por Máximo



É preciso saber como pensa um evangélico, conhecer o argumento, brandido em êxtase, dos "heróis da fé, daqueles que padeceram e padecem em nome de Cristo, mas vitoriosos ao final". Há nomes e exemplos:  Estevão, apedrejado em nome da fé; Daniel, jogado na cova dos leões porque recusou-se a alimentar-se de comidas oferecidas a outros deuses. A lista é grande.

Ser evangélico também implica viver em luta constante contra o mal. O que não vive - ou vive criticamente - está fazendo "a vontade do diabo". 

Os argumentos aqui expostos inviabilizam qualquer possibilidade de diálogo. Como ficamos então ante à menção mais leve que seja ao exame das palavras de um pastor que condena biblicamente os negros por estes serem herança maldita de Noé, uma vez que o homossexual tem alternativa, resultado que é de uma escolha?

SRN

quarta-feira, 27 de março de 2013

Braço Graciliano

Por Máximo



Faz muito tempo, um jovem de 19 anos recebe pelo correio, de presente, enviado pela tia, professora de português, a coleção completa - treze volumes, incluindo "cartas", correspondência pessoal do autor - de Graciliano Ramos. O autor não era completamente desconhecido, pois o jovem, quando moleque, também de presente da mesma tia, havia ganhado a coleção completa de Jorge Amado, na qual se divertia e se erotizava, sobretudo, com as mulatas descritas pelo baiano. 

Graciliano Ramos foi uma epifania. E hoje, mais de 30 após, faz 60 anos da morte do maior escritor brasileiro, dia 20 de março. Graciliano era a versão agreste de Noel Rosa, dois anti-panegíricos, por excelência. Foi na veia quando escreveu o seguinte:

"As palavras não foram feitas pra brilhar, luzir feito ouro falso. Foram feitas pra dizer."

Comunista, preso e levado pra Ilha Grande às vésperas do Estado Novo. Uma experiência que produziu talvez o que temos de melhor na língua "que já passou de português, virou brasileiro" (Noel Rosa): dois volumes de "Memórias do Cárcere", o segundo dos quais inacabado, pois Graciliano escrevia devagar e morreu antes. 

Um sujeito que não fazia concessão à palhaçada, tampouco ao patrulhamento. Resistiu ao realismo socialista, expondo ao ridículo os zdnovistas nacionais que lhe queriam modificar "Angustia", "pequeno-burguês", em excesso. "Angústia", por sinal, foi objeto de discussão com a própria mulher, quando estava preso na Frei Caneca. Apesar de precisar de dinheiro,reclamou por ela tê-lo entregue ao editor, pois teria "de ser cortado à metade". Justo "Angústia", feito com palavras indispensáveis.

SRN

O Terrífico Voo do Condor

Por Máximo



A Comissão Nacional da Verdade certamente chegará à Operação Condor. Pouco a pouco, indícios, informações, dados começam a constituir fontes sobre o que seria uma espécie de supra ditadura latino americana, operada em consórcio pelos serviços de repressão dos respectivos países da região. 

Pesquisando nos acervos digitais dos jornais, leio no da Folha de São Paulo, na edição de 22 de setembro de 1976, a morte pavorosa do Chanceler de Allende, Orlando Letelier, em Washington. Uma bomba explodiu-lhe o carro, às 9:00 da manhã numa rua da capital norte-americana, amputando-lhe as pernas e às de sua assistente, que ainda chegaram com vida ao hospital, mas não resistiram. Calculem. 

Como é possível permanecer incólume ante um drama humano dessa natureza, o corpo estourado, dilacerado, esvaindo-se em sangue?

SRN


segunda-feira, 25 de março de 2013

Faltou Polimento às Lentes do Papa

Por Máximo



Nenhuma instituição, mais do que a Igreja Católica, compreendeu melhor a importância dos signos ao longo da história: mito, cruz, narrativa.

O Papa, agora dos pobres, sabe da importância das imagens sucedâneas cada vez mais substitutas da realidade num mundo de comunicação instantânea. Anda de ônibus, paga a conta e talvez só não seja Boca por capricho. 

Importante observar o esforço de propaganda a fim de mitigar o silêncio do cardeal de Buenos Aires quanto  aos crimes da ditadura argentina e insistir no desenho do Papa dos Pobres.



E os bebês nascidos em celas clandestinas, roubados e entregues para a adoção dos algozes de seus pais?

Os voos da morte, dos quais se jogavam os presos de aviões em alto mar?

O jesuíta de sobrenome húngaro, torturado, silente?

Eric nepomuceno acaba de publicar em Carta Capital um artigo expondo, concisamente, as facetas do, agora, Papa dos Pobres. Um exemplo da indiferença referida, por exemplo, está no seguinte trecho:

"Há mais sombras em seu passado e em seu presente. Ao assumir a presidência da Conferência Episcopal Argentina, em 2005, poderia ter determinado punições previstas no direito canônico, e não fez nada. Videla não foi excomungado. Ao contrário, continua, no quartel do Campo de Mayo, onde cumpre pena, a receber a hóstia sagrada dos católicos. Christian Von Wernich, capelão condenado à prisão por ter acompanhado, cúmplice, sessões de tortura, continua a realizar missas no presídio de Marcos Paz, onde está recolhido."

Vale a leitura completa, cujo link é este:http://www.cartacapital.com.br/politica/francisco-ou-pilatos-2/

SRN

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ditadura Argentina, Copa e a Invasão da Aldeia Maracanã

Por Máximo



Este blogueiro preparava uma postagem sobre o uso do futebol, sobretudo da copa de 78, pela ditadura argentina. Havia visto uma reportagem na ESPN justo sobre o assunto, consultara os acervos digitais do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo em suas edições do dia seguinte ao do golpe ocorrido a 24 de março de 1976 e constatara como os golpistas sabiam da importância do futebol. Em meio à enxurrada de proibições, ameaças e penas de morte, expondo sem embuste tratar-se de uma ditadura, apenas uma autorização: a transmissão da partida entre Argentina e Polônia a ser jogada na Europa.

A realização da copa caracterizou uma operação de cinismo, tortura e morte. Massera, o representante da marinha na junta golpista, queria o controle da organização da copa. O exército, porém, sob o comando do outro golpista da junta, videla, encarregara o general actis, que acabou assassinado por massera, que, pôde, assim, botar o almirante lacoste à frente da organização da copa. Lacoste recebe a chancela de havelange - outro personagem, agora brasileiro, de um cinismo e indiferença que, em nada, o diferenciam de qualquer golpista, ditador, torturador, cúmplice, fosse sob qual bandeira nacional fosse. Um acordo de grande sordidez política: havelange garantia o mundial pra videla e massera e, em troca, estes permitiam que havelange e a fifa faturassem e lucrassem o que quisessem e conseguissem. Tudo a poucos metros da tortura: o campo do River Plate, de onde se ouviam os gritos da torcida, localizava-se apenas 700 metros da escola de mecânica da marinha - o centro mais terrífico da ditadura portenha.

Toda história é, de fato, história contemporânea, como nos ensina Sérgio Buarque reproduzindo o italiano Croce.Buscamos no passado um aspecto que nos ajude a compreender a nossa realidade. Não apenas os "historiadores são presa fácil de seu tempo", mas também os epígonos de havelange. 

O maracanã do blatter que o governador outorgou acaba de ter o último obstáculo removido. Cumprindo mandado judicial, a tropa de choque invadiu hoje a aldeia maracanã e removeu à força parte dos índios que não aceitaram o aluguel social nem a promessa da construção futura de um centro cultural indígena, ali perto, na Quinta. Gás lacrimogênio, spray de pimenta, arrastão - a confusão se sucede na proporção dos sofismas: Marcelo Freixo diz que há uma mandado judicial que deveria ser cumprido, mas pede prudência na execução; os índios divididos: parte resiste, parte cede descendo pela escada encostada ao muro pela polícia; a defensoria pública acusa a polícia de truculência, argumentando que havia negociação; a polícia acusa parte dos índios alegando que teriam botado fogo numa oca improvisada que poderia alastrar-se e que agiu com a força necessária; a imprensa informa que a rede social de apoio aos índios fecha a Radial naquele tom típico de indignação pasteurizada.

Os fatos não podem ser entregues a si mesmos, porque não são auto-explicáveis. Indispensável saber que não se trata de uma mera questão legal. Qual o problema atrás da lei?

O discurso dominante e acrítico sempre tem como premissa a manutenção da ordem e a fragmentação da demanda popular. Uma censura velada, justificando a repressão, de que a "radicalização" partiu de manifestantes que nada tinham com os índios. Como se a "limpeza" urbana, apenas para atender aos interesses dos epígonos de havelange de videla, não fosse um problema carioca, mais do que carioca, brasileiro. Como se o racismo manifesto outro dia numa concessionária emergente da barra contra uma criança, não fosse, mais do que carioca e brasileiro, um problema humano

Videla, massera, havelange, blatter, marin, cabral: 1978 ou 2014?

SRN

Supervia

Por Máximo

Ideia que me foi sugerida por Renato Lopes, colega do curso de história da UERJ.

SRN


quinta-feira, 21 de março de 2013

Caio Prado, Fernando Novais e Sérgio Buarque são anti-vírus a blatters, marins e adictos anexos

Por Máximo



Um blog é basicamente divulgação. E o Flamengo é um grande pretexto porque, 40 milhões, encerramos algumas características, no âmbito da representação, notadamente. Podemos, portanto, falar de Caio Prado.  "Formação do Brasil Contemporâneo" é uma demonstração da tese de que fomos constituídos como uma empresa mercantil, baseada no trabalho escravo, a fim do atendimento de demandas externas. Organizados para o exterior, alguns traços desse passado colonial, para Caio Prado, ainda permaneciam quando da escritura de sua obra, lançada em primeira edição em 1942.

A edição que tenho é de 2011. Excelente. Excelente pela entrevista de Fernando Novais, outro grande historiador, referência em Antigo Sistema Colonial, ao final explicando a questão teórica em Caio Prado:

"Penso que Formação é o primeiro trabalho a evitar o anacronismo em nossa historiografia. O anacronismo é o pecado mortal do historiador, aquilo que os protagonistas não podiam saber e que ele sabe. Isso é muito grave, porque contamina a reconstrução."

"Evitar o anacronismo não quer dizer que não se possam empregar conceitos modernos. Quer dizer que não se podem usar conceitos modernos na reconstituição. Na explicação é claro que podemos. E a dificuldade está em que, em história, o problema do anacronismo não tem solução definitiva mesmo."

"Ora, o anacronismo é mais grave ainda em história nacional."

"Em nosso caso, a 'viagem da descoberta' como o acontecimento inicial da história do Brasil é uma construção discursiva. A carta de Pero Vaz de caminha não é a nossa 'certidão de batismo'. Esta, por sinal, é um documento absolutamente fantástico. A história do Brasil é a história de uma colônia que se transformou numa nação.Portanto, não começa com Cabral."

"Qual é o problema teórico por detrás disso tudo?"

"Em história, todo objeto de estudo tem necessariamente três recortes: lógico (do que se trata); cronológico (quando aconteceu) e espacial (onde aconteceu). Mas, em história nacional normalmente se faz primeiro o recorte espacial, a fronteira, depois se define o recorte temporal, e por fim o lógico. Dessa forma, o marco inicial vira a carta de Caminha. Aí está o anacronismo. É a inversão do procedimento."

"Para Caio Prado, qual é o recorte lógico do Brasil contemporâneo? O recorte é a colonização, o que fica muito claro no famoso capítulo "Sentido da Colonização". O "sentido da colonização" não está suficientemente completo. "Sentido da colonização" é organizar a produção para fora; para o mercado externo. O que significa 'para fora'? Eu procuro entender isso nos meus trabalhos. É a acumulação externa do capital. Aí vieram os colegas a dizer: 'como externa?" ' Essa mania do externa'? nâo é externo ao sistema. Aí seria na China, ou na lua. É externo à área produtiva, e é isso que caracteriza a economia colonial."

Acrescento a Novais Sérgio Buarque de Holanda:

"Eu diria, junto com Benedetto Croce, que toda história é história contemporânea, ou seja, nós sempre privilegiamos um aspecto em função de nossa realidade. Contamos a história a partir da vivência cotidiana de nossos problemas, de nossa realidade. Os historiadores sempre foram e serão presa fácil de seu tempo."

E daí?

É que Caio Prado, Fernando Novais e Sérgio Buarque são uma espécie de anti-vírus a blatters, marins e micróbios adictos. A copa é o retorno do problema já resolvido por Caio Prado, conforme as palavras de Novais. 2014 é o "marco inicial", tal qual pretendeu-se com a carta de Caminha. Necessitamos inventar o Brasil, pasteurizá-lo, enlatá-lo no recorte de quatro linhas impecáveis, superfaturadas ao arrepio do fato consumado, ou em bom 433 (Vila Isabel/Leblon): "fale ao motorista somente o indispensável". No caso em questão, no maracanã, mais ou menos 1 bilhão, só pra poder falar com os blatters, marins e adictos anexos.

Mais do que isso postagem de divulgação não deve adiantar.

SRN

Prado Jr, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: colônia/Caio Prado Jr; entrevista Fernando Novais; posfácio Bernardo Ricupero - São Paulo: Companhia das Letras, 2011.


Gostaria de Tê-lo Visto na Gávea

Por Máximo



Em tempos de supervia, transporte de gado, quatro patas de copa de excelência e de terno e gravata arrivistas, sempre é útil lembrar do canhoto genial, o maior jogador que vi e que se recusou ao mito expondo-se como um homem em todas as suas contradições. Teve e tem a coragem de enfrentar blatters, havelanges e vírus anexos. Este canhoto genial prefere à memória e à tradição, que instalam a lembrança no sagrado (Nora), a história que corta, laica e profana. Gostaria de tê-lo visto na Gávea.

SRN

Vírus Anexos

Por Máximo


A supervia, por transportar gado, deveria reservar um vagão àquelas quatro patas de excelência. Poderia levar pro esgoto da história, por exemplo, determinados cascos que pediram a cabeça de Herzog e bajulavam o terrífico torturador fleury.


SRN

FORA MARIN!

Gado Carioca

Por Máximo


Renan Siqueira é meu colega do curso de história na UERJ e enfrenta diariamente o inferno do transporte de gado a que se reduz a população carioca num Estado que prioriza uma copa atrabiliária e arrivista. Basta ler a postagem que acaba de publicar no facebook.


SRN





"A Supervia é a empresa mais medíocre que existe prestando serviços por aqui, no Rio. Um dia ainda vão me tirar de dentro de um trem tendo algum colapso nervoso, sofrendo infarto ou tendo algum ataque de loucura. Não teve um dia esta semana que eu cheguei na hora no estágio, e hoje foi ainda pior, pois me roubaram uma passagem. Cansei de ser feito de otário por esta empresa, andarei com uma marreta na mochila pronto pra quebrar uma catraca, um vidro de cabine ou um quadro de avisos mentirosos. E isso porque reclamações na Agetransp quase nunca dão em alguma coisa, e quando dão e a Agência Reguladora multa esta merda de empresa, o governador alivia pra estes porcos. Enfim, tô muito puto com este transporte caro e medíocre."/ Renan Siqueira

terça-feira, 19 de março de 2013

domingo, 17 de março de 2013

Só Jesus Expulsa Demônio das Pessoas


SRN pro ANDRADE

Por Máximo



Millor certamente teria se arrependido de morrer pelas charges excelentes pra fazer. Na comissão de direitos humanos, o pastor feliciano, o da escova progressiva e do desenho da sobrancelha, e na Gávea, o ex-lateral pragmático, também filho exclusivo de Deus, que quis mudar o símbolo do América - o único segundo time de todo Rubro-Negro - por ser o capeta da ex-Teodoro, agora shopping iguatemi (boulevard). 

Ainda bem que se esqueceram do diadorim, o gladiador pampeiro. 


SRN pro ANDRADE

Papa é Pop?

Por Máximo


Importante observar a propaganda pra minimizar a indiferença do Papa em relação aos crimes da ditadura argentina e a insistência em proclamá-lo o Papa dos pobres. 

De fato, o papa é pop e em breve, nos camelôs.


SRN






Aproveita Dorival e lê Hobsbawm

Por Máximo



O trabalho inócuo e um time  ruim já deveriam tê-lo feito pedir o boné e aproveitar o Rio na praia, numa caminhada no Alto, a leitura sempre oportuna de Hobsbawm. 

Em "Mundos do Trabalho",  em que analisa a historiografia operária, Hobsbawm, Dorival,  fala da tentação da história contrafactual ("se minha avó tivesse rodas seria um ônibus de turismo"). Para o historiador , história é o que ocorreu e não o que poderia ter sido. Significaria, então o cancelamento da especulação?

"Não há dúvida de que todos nós continuamos a formular questões do tipo "se ao menos" em relação à própria história operária ou a qualquer outra. Mas, quando o fazemos, deveremos estar plena e lucidamente conscientes do que estamos fazendo, porque o fazemos e do que esperamos obter ao fazê-lo." / Eric Hobsbawm

É o tal negócio:

Se o América do México não tivesse feito três naquele fatídico jogo no Maracanã, se Cerezo não tivesse atravessado um passe tão infantil em 82, se a Ponte Rio-Niterói fosse de madeira; o fato é que a copa do blatter, marin e vírus anexos, as exigências absurdas a ponto de um tribunal especial para defender os lucros das marcas sócias da fifa e condenar sumariamente quem ousar no espaço inviolável do território nacional cedido à copa do blatter; arrogância e atrabiliarismo no tratamento de questões sociais tornadas, anacronicamente, casos de polícia; além de superfaturamentos, prazos estourados para criar o fato consumado a fim de mais superfaturamentos para acelerar o que não necessitava pressa.

Do que estamos falando e o que esperamos, quando dizemos que tudo seria diferente se, ao invés de Brasil, fôssemos a Alemanha?

Sempre me lembro nessas horas do shopping iguatemi, agora boulevard, construído no antigo campo do América, ali na Teodoro, embaixo da Igreja de Santo Antônio, quase no trecho onde havia sido a casa de Noel.

Era o carro de som pra cima e pra baixo, à época, anunciando a redenção não apenas do América, mas do próprio Bairro.

Só falta a charge.

SRN

terça-feira, 12 de março de 2013

Fora Marin!

Por Máximo

FORA MARIN!



Marin na cbf é uma fonte de arquivo de consulta diária. Fora a memória, se quisermos apenas lembrar de que pediu "medidas duras contra os comunistas da tv Cultura", à época, meados dos anos 70, dirigida por Vladimir Herzog, logo em seguida preso, torturado e morto, além do derramamento com que se dissolvia em elogios ao terrífico fleury.


SRN

Pela Defesa da Família Nacional


Caos Carioca

Chupa Sangue


domingo, 10 de março de 2013

Bebê envergonhado atrapalha por minutos saída da Ilha

Por Máximo





Com o título do bebê envergonhado, por alguns minutos, tive problemas pra sair da Ilha, vindo do Jardim Guanabara pra Vila Isabel, por conta de uma das kombis que levam a Bonsucesso ter sido cedida à torcida do botafogo.  Problema irrelevante em face do ocorrido com o outro time da pelada de hoje. Mas, não menoscabemos tamanhos infelizes da memória carioca. Antigamente, os açougues do Rio vendiam carne de segunda bem baratinha, embrulhada em papel cruz de malta igualmente ordinário. Papel Rubro-Negro era caro, conformavámo-nos. Hoje temos inveja de um título dos de segunda que jamais teremos: campeão da segunda divisão e rei dos vices eternos. 

SRN

Desenho de Segunda


"Sobre a Noção de que Pode Haver um Estado sem Conflitos Estruturais"/ Norberto Elias

Por Máximo





Acabei de ler o anexo que acompanha "A Sociedade de Corte", também de Norberto Elias. Nele, as formas de Estado Tutelar e de Homem Forte são também características da história do Estado brasileiro, favorecendo certa analogia entre o absolutismo alemão e o nosso patrimonialismo ibérico. 

Segundo Elias, Weimar parecia ao povo alemão - um povo acostumado a cultivar "aspectos simples dos sentimentos", "quando alguém é um amigo veem-no apenas como amigo, e quando alguém é inimigo, apenas como inimigo" - um "antro da tagarelice. Só lutam com palavras. Mas não fazem nada. Não estão lutando de verdade." 

Continua Elias que tal imaginário encontrou no programa nazista "uma imagem ideal com cujo auxílio o mesmo hábito emocional poderia ser transposto para o campo do Estado." Penso que vale uma leitura, sobretudo após uma diluição interesseira da memória recente, com uma nova geração que nada viu (nem sequer a inflação), sobretudo, mais ainda, pelo episódio da OAB desta semana.

SRN