Quem viveu as bombas que mataram a secretária Lydia Monteiro, da própria OAB, aleijaram na Câmara dos Vereadores, estouraram bancas de jornal, pra não falar da bomba "bumerangue" do Riocentro, não pode aceitar impassível essa recidiva. Tem de ser combatida na origem. Toda força será necessária pra cortar na raiz quaisquer tentativas que insinuem a instalação de um ambiente semelhante, estupidamente anacrônico.
A Comissão Nacional da Verdade emitiu nota na noite de hoje em solidariedade à subseçãofluminense da Ordem dos Advogados do Brasil, cujo prédio foi evacuado à tarde após uma ameaça de bomba e a explosão de um artefato no oitavo andar do edifício Sobral Pinto, sede da entidade, localizada no Centro do Rio.
Leia a seguir íntegra da nota:
Há três décadas o Brasil e o povo brasileiro decidiram superar o período de violência e medo gerados pelo golpe civil-militar imposto em 1964. A população apostou na democracia e nas liberdades para enfrentar o desafio de construir um país justo e próspero, que gere oportunidades para todos.
Hoje um explosivo foi detonado na sede da OAB, no Rio de Janeiro. Trata-se de um tardio ato de terror dos que não querem viver num país democrático. Criando um clima de confronto e desatino "eles" afetam adversários e a si próprios.
A Comissão Nacional da Verdade, que visa investigar e reconstituir as graves violações de direitos humanos ocorridas em nossa história política recente, repudia com veemência o ato intimidatório cometido na sede da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ, e a ameaçadora mensagem recebida no local afirmando que o ato visava matar seu ex-presidente, Wadih Damous, a ser nomeado Presidente da Comissão Estadual da Verdade, na segunda-feira, pelo governador Sérgio Cabral.
A democracia não se constrói com bombas, nem se sustenta com violência. A coragem de defendê-la deve superar o nosso medo do terror.
No ano de 1980 uma bomba matou Lyda Monteiro e feriu outra pessoa na sede da OAB no Rio de Janeiro. Felizmente agora não houve vítimas. Precisamos, contudo, estar atentos aos acontecimentos e solidários na resistência.
As autoridades competentes estão sendo mobilizadas para adotar as providências cabíveis. A Comissão Nacional da Verdade espera que se apure a autoria e se puna os que pretendem negar ao Brasil o caminho da democracia e das liberdades.
Rio de Janeiro, 7 de março de 2013
Rosa Maria Cardoso da Cunha
Coordenadora Pro Tempore da CNV
Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de ComunicaçãoMais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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