Por Máximo
Beatriz Bissio é uma intelectual rara, cada vez mais escassa nesse ambiente de arrivismo de celebridade. Jornalista, foi editora da melhor imprensa já feita sobre os países explorados pelo imperialismo: Cadernos do Terceiro Mundo, cujos exemplares, quem os têm, guarda como preciosidades pra quando se necessita oxigênio. Historiadora, foi minha professora de África na UERJ. Hoje, é professora da UFRJ. O que escreve abaixo são palavras e ideias tão exatas e sensatas que só podem ser literalmente reproduzidas.
SRN
"Creio que o Brasil está numa encruzilhada que vai exigir muita coragem da classe política, em particular dos segmentos que ainda têm compromissos honestos com a antiga bandeira da esquerda, de justiça social. A situação é um caldo de cultura propício para oportunismos autoritários e para o plano sempre acariciado por alguns segmentos nostálgicos dos governos cívico-militares de voltar a 1964. Somente uma proposta radical poderá atender as demandas legítimas das ruas: a refundação do Estado. Uma Assembleia Constituinte que retome os temas em debate desde o âmago e refaça o pacto social. Uma Constituinte exclusiva, como a que não foi possível conquistar nos anos 80, quando a correlação de forças de uma democracia ainda tambaleante não foi favorável a uma iniciativa como essa: 2014, o ano da nova Constituinte!
Eis uma bela bandeira para dar rumo às demandas das ruas e reinstaurar a confiança nas instituições."
Beatriz Bissio
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