segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Valeu, Renato, mas val baiano, sem chance

Renato é um grande camarada da UERJ, com idade pra ser irmão de minha filha. Tem uma paciência atípica com velhos, dá-lhes a atenção que necessitam pras suas histórias das três últimas décadas do século XX, sobretudo aquele time do Flamengo, campeão de tudo, que repito quase como um crente do bispo Macedo:

Raul, leandro, Marinho, Mozer e junior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico.

Conheceu o 28, meu camarada de rua, contemporâneo das peladas da Senador e do salão (hoje futsal) do Maxwell, daquele time de 75, de onde saiu o "Gigante", apelido do nosso saudoso Zé Carlos, campeão brasileiro em 87.

Outra coisa: o time ontem teve posse de bola, chegou a envolver os bugres, completamente diferente do estilo em que jogava com o zagueiro (foi mal, meu irmão, mas é a verdade). Agora, contra val baiano não há nada que passe. Na primeira o cara estava descendo, já meio desequilibrado, mas nada que o impedisse de apenas deixar a bola bater-lhe à cabeça, pois o gol escancarado era saco. Na outra, nenhuma desculpa. Petkovic deixou-lhe de cara no gol, na entrada da área, e o cara tropeçou na bola, isolando-a. Depois, dizem que é implicãncia com capiau.


28 é tranquilo. Não esquenta com porra nenhuma. Valeu, Renato. Vou encaminhar as perguntas que me manda pro cara e convidá-lo pro botequim. Espero encontrá-lo de bom humor. O cara tá ranzinza.

SRN

Boteco. Templo da tradição oral (sem duplo sentido), de passar histórias e conhecimentos. 28 já está lá me aguardando.

Sebastião: Cara te vi outro dia ali na Negrão de Lima. Pensei que tu ia sentar a mão no fiscal. Ia parar e falar contigo. Mas eu ia acabar batendo no fiscal e saí fora. Me responde uma coisa, na juventude tu encarava as passeatas, brigava com os cana ou só pensava mesmo?

Sebastião: Isso me leva a segunda pergunta, por que agora, depois de jovem, resolveu deixar a cadeira balançando sozinha e encarar uma UERJ da vida? Ali tu só vê o que já vivenciou pra que ver tudo de novo? Sei pelo Renato que além de ver tu quase viveu de novo. Tentaram te amarrar num aparelho, mas pelo visto cansou da brincadeira, das informações estratégicas e sigilosas e mandou tudo pro caralho. Por que isso?

Sebastião: Sabe, eu sou da geração da nostalgia. Saudade do que não existiu, pelo menos não para mim. Uma utopia, uma ideologia. Mas desencanei. E quem não desencanou em vez de virar um novo romântico virou um emo. Já me senti neófito e quando percebi que tava virando um niilista, larguei mão disso e vi que acreditar piamente em alguma coisa é necessário. Só que isso não livra ninguém das contradições? E quer saber, acho essa ambigüidade maior barato. Mas como não sou de ferro, tenho meus desvios burgueses também. Até o Máximo tem a propriedade privada dele e que não é qualquer uma é uma Nação Maior. E você? Tem suas idiosincrasias também?


Renato Lopes


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