quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Guernica rediviva

Meu amigo Pablo Faria volta ao assunto:

"Só completando: existem imagens de cubanos que deixam a ilha rumo aos EUA em balsas improvisadas, todavia existem muitos refugiados que deixam os países da África e Oriente rumo à Europa aos milhares em barcos que invariavelmente transbordam. Essas imagens sem análises fazem pensar muito no que é capitalismo."

É a questão, Pablo, entre inovação e disputa pelo excedente. 

Em Cuba, a Revolução priorizou resolver questões básicas e de interesse público. Os recursos disponíveis (para não falar do histórico bloqueio estadunidense e do apoio soviético que acabou junto com a URSS) são usados na igualdade social. Evidente que quem quer consumir o paraíso capitalista não fica satisfeito e prefere ir pra Miami lavar pratos, ser moído, tratado como sub-raça, tudo em nome do celular que anda e do tablet que colore a violência e a pobreza do bairro miserável destinado aos "cucarachas" (Piketty, social-democrata, autor do célebre "O Capital no século XXI" diz que a inovação capitalista vem justo da injustiça. mas, também pergunta: é preciso chegar ao ponto da barbárie pra se obtê-la?). 

Quanto aos refugiados asiáticos e africanos, estes são a prova deslavada do que o capitalismo é capaz, sem disfarces. E quando vão em busca de disputar o excedente que lhes é roubado, são postos a pique no Mediterrâneo ou confinados em autênticos campos de concentração, de que são exemplos os tais "barracões para imigrantes". 

SRN


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