segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O retorno de Ruy Mauro Marini



Enquanto o sociólogo Fernando Henrique considerava a dependência externa, longe de um problema, antes a própria condição necessária à integração da nossa economia ao progresso técnico (não foi outra coisa o que fez o presidente Fernando Henrique, privatizando, liberalizando e desregulamentando), Ruy Mauro Marini falava do que, talvez, seja, em breve,  a grande preocupação que teremos de enfrentar na atual fase de financeirização do capitalismo cortando direitos e precarizando o trabalho: a superexploração do trabalho, ou seja, a remuneração da força de trabalho, o salário, abaixo do valor de reposição do seu desgaste. Afinal, o estado atual da arte, conforme André Singer, em “cutucando a onça com vara curta”, gira em torno da sigla TTIP, traduzida como Parceria Transatlântica sobre o Comércio e o Investimento. Um tratado de livre comércio entre Europa e EUA, no Ocidente, contra China e Índia, no Oriente. Fernando Henrique, segundo Singer, escreveu no Globo de 5/12/14, “Mudar o rumo”:

“O Brasil precisa optar claramente pelos EUA e descartar a China.”

Uma das conseqüências seria a precarização, de vez, do trabalho, o qual, de resto, não pode atrapalhar a integração transatlântica das cadeias produtivas na dissipação da financeirização.

Daí Ruy Mauro Marini...


SRN

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