Enquanto o sociólogo Fernando
Henrique considerava a dependência externa, longe de um problema, antes a
própria condição necessária à integração da nossa economia ao progresso técnico
(não foi outra coisa o que fez o presidente Fernando Henrique, privatizando,
liberalizando e desregulamentando), Ruy Mauro Marini falava do que, talvez,
seja, em breve, a grande preocupação que
teremos de enfrentar na atual fase de financeirização do capitalismo cortando
direitos e precarizando o trabalho: a superexploração do trabalho, ou seja, a
remuneração da força de trabalho, o salário, abaixo do valor de reposição do
seu desgaste. Afinal, o estado atual da arte, conforme André Singer, em “cutucando
a onça com vara curta”, gira em torno da sigla TTIP, traduzida como Parceria
Transatlântica sobre o Comércio e o Investimento. Um tratado de livre comércio
entre Europa e EUA, no Ocidente, contra China e Índia, no Oriente. Fernando
Henrique, segundo Singer, escreveu no Globo de 5/12/14, “Mudar o rumo”:
“O Brasil precisa optar
claramente pelos EUA e descartar a China.”
Uma das conseqüências seria
a precarização, de vez, do trabalho, o qual, de resto, não pode atrapalhar a
integração transatlântica das cadeias produtivas na dissipação da
financeirização.
Daí Ruy Mauro Marini...
SRN
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