A
Professora e Historiadora, da UFRJ, Marieta de Moraes vale ser lida acerca de
uma modalidade historiográfica controversa, denominada de História do Tempo
Presente. Na França, de resto, já tem um tempo, desde o final dos anos 70, e é
de lá, justamente, o historiador referido pela professora Marieta de Moraes,
François Bédarida. Para o francês, seriam as seguintes as principais
características da HITP:
“Testemunhos
vivos”, os quais podem corrigir o pesquisador, ao mesmo tempo também implicar o
uso político da memória do passado atendendo a necessidades do presente;
Marco
temporal, dando início ao período objeto da análise;
Transitoriedade,
pela reelaboração constante dos mesmos materiais e recortes;
Valorização
do fato.
Na esteira
da crise do paradigma marxista na história, na HITP também ocorre uma
valorização do sujeito, o que a faz ser confundida com a tradicional História
Política, de grandes vultos, feitos militares e diplomacia. A este respeito,
aliás, desde a primeira bibliografia da UERJ, na qual estava lá: “18 Brumário
de Luiz Bonaparte”, que sempre achei que a frase do Alemão já dizia tudo:
“O homem
faz a História, mas a partir das condições herdadas”.
Ou seja,
indivíduo e estrutura nunca se separam. Mais ou menos como no excelente filme
de Clint Eastwood sobre Charlie Parker, “Bird”. Certa altura, numa das
internações psiquiátricas para tratar do que era outra coisa (era adicção), o
psiquiatra pergunta pra mulher de Parker:
“A senhora
quer um músico ou um marido?”
“Eles não
se separam.”
Assim como lava Jatos não se separam da História Política
do Brasil contemporâneo. Na melhor autobiografia que já li, “Minha razão de
Viver” – Wainer conta sua trajetória pessoal, a fundação da Última Hora, sua
relação com Getúlio, com Jango, os bastidores do poder, sem máscara nem
panegírico - , a presença de empreiteiras nunca foi novidade no financiamento
de campanhas políticas. Evidente que não vou concluir esta postagem, que já
aporrinha pelo tamanho, que, já que se trata do sujo falando do mal lavado, é
melhor seguir o conselho de um dos elaboradores do plano real, André Lara
Resende: “esquecer tudo”, de fato, não
seria o marco temporal mais adequado pra essa HITP. Nem essa competição de
fundo de poço entre PT e PSDB pra saber quem é a mais pura freira de puteiro.
Afinal,
será que só resta à viúva Cunha, Levy ou Armínio? Ou o que é mais ridículo,
como no manifesto dos intelectuais em São Paulo, um estupro análogo ao do golpe
de 64?
SRN
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