Ex-fumante,
Cruyff foi diagnosticado com câncer no pulmão. Um monstro para um moleque de 11
anos que via sua primeira Copa pela televisão, em 74, com rudimentos para
entender (a de 70 não conta, muito moleque ainda). Impressionante aquela
movimentação deixando o time uruguaio, que contava com um craque como Pedro
Rocha, completamente perplexo e absolutamente impedido, ao lado de quase meio
time, na invenção do impedimento de Rinus Michel como uma tática de jogo.
Cruyff era
daquela linhagem rara de craques que procuravam se divertir, sem se levar muito
a sério e, por isso, crítico implacável de qualquer forma de enquadramento aos
negociantes da bola para quem o jogador não passava de fonte de mais-valia.
Na copa de
74, retira uma das três linhas da adidas do uniforme da Holanda,pois não ia
fazer propaganda de graça de nenhuma multinacional. Em 78, recusa-se a ir à
Argentina a fim de não coonestar a ditadura de videla, massera etc. E, se o
Barcelona tem o estilo que tem, deve-se a ele não apenas como jogador do clube,
mas, depois, como técnico.
Cruyff e o
seu time, que, em 74, contava com craques como Rep e Resenbrinck, levou a
Holanda para a História como exemplo da verdadeira Revolução que houve, de
fato, no futebol. Não havia nada antes e tudo mudou adiante.
A seleção
de 82, sob a direção de arte de Telê, também era filha dessa movimentação, com
um meio-campo em que despontavam Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico.
A Holanda
de 74 e o Brasil de 82 são a negação da falácia de que a única coisa que
importa é ser campeão. Não foram, e entraram para a história como exemplos de
Grande Arte.
SRN
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