Discordo do que tenho lido, visto e ouvido. Sempre achei Beltrame, ao contrário da caracterização fácil de
“fascista” e dos governadores a quem serviu (o sempre ausente e nanico Sérgio
Cabral e o atual ghost que pode ser qualquer coisa, Pezão), um homem público.
Responsável por uma das áreas mais sensíveis do Rio, em todas as suas atuações,
desde a operação no Alemão - quando afirmou que não basta só a polícia, é
preciso que as outras secretarias venham junto, Educação, Saúde, Assistência
Social etc - até à manifestação atual sobre o que ocorreu neste final de
semana, procura compreender o problema da violência em toda sua complexidade.
Mas, como alguém que tem de tomar decisões, no limite, cumpre com a parte que
lhe cabe. Mais uma vez, vem dele o melhor enfoque. Afirma que a retirada da
prevenção do âmbito do monopólio legal da força (isso é Weber) abre a
possibilidade de milícias que podem produzir o justiçamento em determinadas
ruas da zona sul carioca, o que levaria à represália, elevando a violência
urbana a um nível inaudito. Beltrame ainda chamou atenção para a
irresponsabilidade do retrocesso na lei do desarmamento (razão pela qual foi,
pessoalmente ao Congresso, pedir pela manutenção da lei), promovido pela
bancada da bala com a cumplicidade leviana desse imbecil do bolsonaro. Disse
para calcular o que, nessa conjuntura, produziria o livre porte de até três
armas para cada cidadão. Pela internete, “milícias” organizam-se com tacos de
beisebol para “limpar a zona sul” e do outro, o “coreto”, é “nois cheio de odio
na faca”.
Há quem diga tratar-se
do esboço de uma luta de classes, finalmente tardia. Há quem diga que é o
esboço da formação de condições objetivas para rupturas mais à direita.
Vida que segue, como
dizia o grande Saldanha...
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