quinta-feira, 8 de março de 2012

Vedor

Por Máximo


Ontem, na globonews, Chico Buarque cancela o senso comum, chega a contrariar suas principais intérpretes que o apontam profundo conhecedor da alma feminina. Iria escrever alma com aspas, mas as palavras foram feitas pra dizer, conforme Graciliano. Em substituição à alma, que pode ser qualquer coisa, prefiro desconhecimento, que também pode ser, mas antes, necessita investigação. E é o que Chico Buarque fez, continua a fazer, talvez não pare. Música é feminina, palavra também. Nunca tentei tocar nada, pois, canhoto, a inversão das cordas no violão era uma exigência muito melhor substituída pela pelada, outra palavra feminina, numa rua de Vila Isabel.

Noel, aliás, também se rendia. Um mistério que também ajudou na admiração de Chico Buarque pelo nosso vizinho. Niemeyer conseguiu chegar perto através da curva, pois gostar de mulher não é o mesmo que gostar da Rachel, da Márcia, da Irene, da Bete, da Taís, da Daniele, da Iara. Um exercício de construção incompatível ao ângulo reto, e a curva que Niemeyer encanta é maviosa, sinuosa, Cátia.


Chico Buarque conheceu as mulheres de Atenas andando pela 28. Deparou-se com Noel, cujo monumento lá no início da avenida facilita o humor, lembrando vários sorrisos, da Rachel, da Márcia, da Irene, da Taís, da Daniele, da Iara, do tom rasgado da Bete num bar em Saquarema ao responder ao pobre-diabo sobre se “mulher direita não tem ouvido”:

“Vai à merda, babaca!”

O caminho de Chico, antes de Atenas, é seguir o próprio pai, presença constante nas rampas da UERJ. Atravessa a Francisco Xavier, ao invés de descer a 28. Assim, o tricolor Chico Buarque decide que o que importa é rubro-negrir a beleza. Qual a cor? Vermelha, negra, pensa ao erro da palheta, ora a prova, ora a cadeira. A coxa despe as cores, afastando o vestido, na cadeira lá da frente. UERJ, Machado, vestibular quase cancelado. Todos os cabelos seriam bons se juntos trançados. O joelho dela é linha sinuosa, Niemeyer – repito – lenta, continua a coxa, incólume.

Linda Negra, a Rubro-Negrir a beleza.

Viestes à vida á pé. Fomos juntos à filha do prestes, entre olés de poças d’água, e a protegi tal qual Noel à língua que dizia que passou de português.

Carioca.

Rachel, Márcia, Irene, Bete, Magui, Daniele, Taís, Ana, Iara, numa palavra, definitiva:

Cátia.

SRN

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