Por Tadeu dos Santos, graduado em Ciências Sociais e Direito pela UERJ
Seria o animal-homem dado a divisões ou será que o seu íntimo agasalha um ser individualista e voltado exclusivamente às próprias necessidades.
Em cada mão portava uma pedra. Trazia-as bem seguras e posicionou-as de modo a fazer com que as extremidades se tocassem. Aos pés das pedras, posicionara alguns galhos secos. Já vira anteriormente as faíscas, veio o vento e não conseguiu retê-las. Desta feita, porém, conseguiria. As pedras foram uma ter à outra, veio a faísca, esta foi aos galhos secos e deu-se o fogo.
Einstein era judeu, alemão, casou-se mais de uma vez. Enfim, dele sabemos tudo o que é possível. O que não se dá à conta das possibilidades, lançamos no rol das conjecturas.
Do homem que deu uma pedra a conhecer à outra e daí o fogo ao mundo, nada sabemos.
Com o fogo à sua frente, teria o homem virado para os outros membros do grupo e dito: Venham todos, olhem o feito que consegui. Protege do frio, permite o cozimento, faz da noite dia. Acaso Tivéssemos já alguns deuses em nosso panteão e diria que o que temos aqui é um milagre pronto e acabado. Vamos nos aquecer e fazer um churrasquinho.
A tudo isso, um outro animal-homem teria dito:
- Isso não é justo. É teu o fogo. Quanto queres pra dividí-lo.
E o outro:
- Nada. Absolutamente nada. É nosso o fogo. Venham todos. E por falar em fogo, chama a Jupira pra perto de mim.
Com o fogo à sua frente, nosso homem-animal, tentou escondê-lo. O crepitar dos galhos, contudo, chamou a atenção dos demais que então se aproximaram.
- Que maravilha, hein? Esquenta e acho que dá pra fazer um cozido bem legal.
- Sim, mas o fogo é meu.
E o outro:
- Fazes parte de nosso grupo e...
E o homem-fogo:
- Eu sim, mas o fogo não.
- Tudo bem, o que queres então:
- 50% das fêmeas, direito de pernada no que atine às caças, a cama mais confortável e cuidemos de criar o cargo de chefia. Já é hora.
Qual dos dois homem é o verdadeiro descobridor do fogo?
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