quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lula Deveria Saber que Barbosa Encarna Melhor o Seu Legado

Por Máximo

Não faz muito tempo Joaquim Barbosa teve de enfrentar o Gilmar Mendes em público e ao vivo, numa das sessões, transmitidas pela TV Justiça, direto do plenário do Supremo. Impecável, sem se curvar ao que já nos acostumamos de Gilmar Mendes, Barbosa foi enfático, revelando um problema de fundo, difuso, que se insinua: a questão racial aparece velada, pode-se dizer que aparece mesmo, velada ainda mais velada, quando, por exemplo, o Marco Aurélio de Mello faz uma reprimenda pública da linguagem de Barbosa. Qual problema de dar às coisas os nomes que as coisas têm?  Graciliano Ramos, em sua precisão absoluta de cortar o desnecessário, escreveu que "as palavras foram feitas pra dizer, não pra brilhar feito ouro falso". 

 Não é o que  interessa discutir; interessa, sobretudo, a postura de Joaquim Barbosa, um negro, de fato, independente, coisa que a tradição branca de elite não suporta. A democracia racial, de resto, é apenas para o negro ter um lugar ou no samba ou no futebol. Pode até ter nos dois, mas negro não é pra ser engenheiro, médico, advogado. Juiz?. E o que é pior: do Supremo. Penso que o legado de Lula, a tradição verdadeira do povo brasileiro que, à guerra de posição, busca afirmar-se, adentrar o Estado, trabalhadores, pobres, excluídos, está melhor defendida nas mãos de Joaquim Barbosa do que, por exemplo, de um Levandoswky ( sei lá como se escreve).

SRN


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