domingo, 7 de outubro de 2012

A carne pra moer fornecida pelo próprio Lula


Por Máximo


A primeira reação é conhecida: "populista", "demagogo". A carne pra moer evidente fornecida pelo próprio Lula.

Defendê-lo fica um exercício de compreensão do Brasil, que não deve, por isso, partir de estratégias como as que procuram desqualificar expoentes do povo que não são adversários; antes, são também filhos do Brasil mais autêntico, a exemplo de Lula.

Lula contrariou Lenin. Mostrou que o trabalhador dispensa a vanguarda e pode produzir espontaneísmo de caráter transformador popular. Quando o PT surgiu, a despeito da adesão de intelectuais como Sérgio Buarque, ou talvez, por isso mesmo, um pensador sempre muito original e que não se enquadrava em mecanicismos explicativos, o ceticismo de que fora alvo era um disfarce para acusação de diversionismo fragmentário. 

Carlos Nelson Coutinho, recém falecido, provavelmente o maior especialista brasileiro em Gramsci, viu no PT, sem embargo das correntes que encerrava, a materialidade da "guerra de posição', de disputa do consentimento social para posterior domínio popular do Estado. A democracia passava a ser um valor. 

"Democracia burguesa"; "Estado burguês tem de ser destruído, não reformado, haja vista o fracasso da Comuna de Paris" - a carne pra moer ainda não era fornecida por Lula; antes, tinha de ser abatido e poder virar carne apta ao consumo.

Mais do que isso uma postagem neste domingo de uma lua que é o seguinte e que pede uma praia, além de domingo do voto, não deve aporrinhar. 

Mas, meu irmão: "o país está mais preocupado com a queda do Palmeiras?"

Positivamente, Lula não gosta de praia. 

SRN

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