Será uma boa estratégia
insistir na honradez da Dilma? Não foi suficiente ter batido no notório Cunha
no pronunciamento logo após o anúncio da possibilidade do impeachment?
A honradez de Dilma
nunca foi questionada. Nem, por isso, houve alívio na percepção moralista
coletiva. Esta, aliás, é um recurso histórico da direita udenista, agora
novamente mobilizada por tipos como Aécio, Bolsonaro etc. Mas, valem algumas
perguntas: será que a rejeição em massa do governo se deve tão somente a uma
manipulação moralista? Será que somos todos tão tuteláveis? Não há nenhuma
responsabilidade num governo que, mal fechadas as urnas, já demonstra o engodo
eleitoral com MPs, editadas nos dois últimos dias de 2014 dificultando a
proteção social do trabalhador, sabendo, de antemão, que o que pretendia fazer
no ano seguinte era uma política econômica de austeridade, típica do
receituário neoliberal?
Quais forças sociais -
excluindo certas cumplicidades interesseiras, além das cúpulas sindicais,
conforme muito bem escreveu Chico de Oliveira, sócias da financeirização pelos
fundos de pensão que controlam e que investem como qualquer especulador
“rentista” – sairiam às ruas pra defender este governo?
Enquanto isso, Temer, querendo
ser o Novo Itamar, aguardando, malandramente, a estratégia da agência de risco
internacional Fernando & Armínio.
SRN
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