sábado, 5 de dezembro de 2015

Conjuntura de Botequim

Será uma boa estratégia insistir na honradez da Dilma? Não foi suficiente ter batido no notório Cunha no pronunciamento logo após o anúncio da possibilidade do impeachment?

A honradez de Dilma nunca foi questionada. Nem, por isso, houve alívio na percepção moralista coletiva. Esta, aliás, é um recurso histórico da direita udenista, agora novamente mobilizada por tipos como Aécio, Bolsonaro etc. Mas, valem algumas perguntas: será que a rejeição em massa do governo se deve tão somente a uma manipulação moralista? Será que somos todos tão tuteláveis? Não há nenhuma responsabilidade num governo que, mal fechadas as urnas, já demonstra o engodo eleitoral com MPs, editadas nos dois últimos dias de 2014 dificultando a proteção social do trabalhador, sabendo, de antemão, que o que pretendia fazer no ano seguinte era uma política econômica de austeridade, típica do receituário neoliberal?

Quais forças sociais - excluindo certas cumplicidades interesseiras, além das cúpulas sindicais, conforme muito bem escreveu Chico de Oliveira, sócias da financeirização pelos fundos de pensão que controlam e que investem como qualquer especulador “rentista” – sairiam às ruas pra defender este governo?

Enquanto isso, Temer, querendo ser o Novo Itamar, aguardando, malandramente, a estratégia da agência de risco internacional Fernando & Armínio.


SRN


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