sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

É?



Nos anos 90, o liberalismo, cadáver enterrado desde os anos 30, é exumado e volta a ser a solução. Por isso, recidiva liberal ou neoliberalismo. O comunismo já não era mais adversário. Importava, então, retirar o estorvo do Estado do Bem-Estar e a pá de cal nos modelos de substituição de importações que haviam caracterizado o intervencionismo estatal na América latina (“meu governo será o enterro da Era Vargas” / Fernando Henrique), com gradações e aparências variáveis no tempo, responsável, segundo o Novo Consenso, pela alocação ineficaz dos recursos, muito melhor aplicados via mercado (embora, pra isso, fosse preciso um Estado forte pra garantir a própria redução ao recomendado, no caso da versão Fernando & Armínio, as agências reguladoras.. A propósito, não há capitalismo sem Estado cuidando do mercado).

O problema brasileiro, portanto, era interno, pouco importando o novo contexto internacional, a reorganização do padrão de financiamento das economias periféricas, baseada na finança globalizada, através de novos mecanismos, como fundos de pensão, fundos mútuos, companhias de seguro, mercado primário de títulos por meio de emissão de bônus por multinacionais, volatilidade cambial etc. Reorganizava-se o regime de acumulação.

Essas coisas o sociólogo, que costuma fazer graça a respeito do presidente Fernando Henrique, não explica. Minha fonte é o livro do economista da Unicamp, Jaime Cesar Coelho, “Economia, poder e influência externa, o Banco Mundial e os anos de ajuste na América latina”.

SRN

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