Nos anos 90, o
liberalismo, cadáver enterrado desde os anos 30, é exumado e volta a ser a
solução. Por isso, recidiva liberal ou neoliberalismo. O comunismo já não era
mais adversário. Importava, então, retirar o estorvo do Estado do Bem-Estar e a
pá de cal nos modelos de substituição de importações que haviam caracterizado o
intervencionismo estatal na América latina (“meu governo será o enterro da Era
Vargas” / Fernando Henrique), com gradações e aparências variáveis no tempo,
responsável, segundo o Novo Consenso, pela alocação ineficaz dos recursos,
muito melhor aplicados via mercado (embora, pra isso, fosse preciso um Estado
forte pra garantir a própria redução ao recomendado, no caso da versão Fernando &
Armínio, as agências reguladoras.. A propósito, não há capitalismo sem Estado
cuidando do mercado).
O problema brasileiro,
portanto, era interno, pouco importando o novo contexto internacional, a
reorganização do padrão de financiamento das economias periféricas, baseada na
finança globalizada, através de novos mecanismos, como fundos de pensão, fundos
mútuos, companhias de seguro, mercado primário de títulos por meio de emissão
de bônus por multinacionais, volatilidade cambial etc. Reorganizava-se o regime
de acumulação.
Essas coisas o sociólogo,
que costuma fazer graça a respeito do presidente Fernando Henrique, não
explica. Minha fonte é o livro do economista da Unicamp, Jaime Cesar Coelho,
“Economia, poder e influência externa, o Banco Mundial e os anos de ajuste na
América latina”.
SRN
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