quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Danone Historiográfico


Conversando com meu amigo Ocimar, historiador de segunda, que, a muito custo, me autorizou divulgar o nosso papo: 

"Vê lá, Máximo, conforme o que publicar, depois não arrumo nem os trocados dessas espeluncas de tutoria em casa de aluno de colégio particular." 

Fica tranquilo, Ocimar. Acho que nenhum historiador de primeira divisão vai bloquear o seu ganhão-pão. Aliás, nem sequer lerão esta postagem. Por isso, acho que vale o que você me disse a propósito do debate em torno da sugestão do grupo de assessoria do MEC sobre o componente História. De fato, se examinado com "o rigor do controle historiográfico", muitos dos pressupostos teórico-metodológicos mobilizados estão em condições excelentes para uma boa aula de graduação: "o lugar de fala", de Certeau, "a crise dos paradigmas", "A Nova História" (já não tão nova assim de mais de 30 anos), o "eurocentrismo", o "nacionalismo de jabuticaba", que não se confunde, entretanto, com o esforço de uma teoria social e uma historiografia, nos termos de "O Povo Brasileiro", de Darcy Ribeiro, de uma perspectiva dialética daqui do sul. Ia me esquecendo, a relação entre Memória e História, a "guinada subjetiva, de Beatriz Sarlo, não esquece". Não esqueci, Ocimar.

"A pior coisa, Máximo, acredite, meu irmão, é a assepsia do suposto equilíbrio intelectual. Isso é danone historiográfico."

Desse jeito, Ocimar, você não arruma emprego nem na cartilha de História que o Eduardo Paes distribui no Rio.

SRN


Nenhum comentário:

Postar um comentário