Mandei um novo e-mail
pro meu amigo Ocimar, que fez história numa universidade que faliu, quando ainda
não havia o FIES e que ganha a vida passeando cachorro pruma pet shop. A questão
era a relação entre um país de nova classe média e o impeachment. Não deve ser
mole ter de aturar as frescuras de clientes de pet shop pela velocidade com que
me respondeu, certamente, precisando conversar:
“Nova Classe Média? Tá
de sacanagem, Máximo.., o problema da agência é a prática política de interesses
difusos, sem determinação. Isso é ainda mais diante do argumento do fim do
sujeito de classe que aparenta a precarização do mundo do trabalho. Aqui, mais
do que nunca, a importância do trabalho do historiador, capaz de corrigir
ensaios generalizantes. A especificidade da organização social brasileira
desconhece a universalização do estatuto de classe média. Apenas em tal
situação (“Por representar a pequena burguesia, uma classe de transição, na
qual os interesses de duas classes se embotam de uma só vez, o democrata tem a
presunção de se encontrar acima de toda e qualquer contradição de classe”
(Marx, “18 Brumário”) é que se poderia admitir a gestão do sistema. Mas, o que
temos não passou nem pelas Reformas de Base de mais de meio século.”
SRN, Ocimar
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