terça-feira, 8 de dezembro de 2015

“Nova Classe Média? Tá de sacanagem, Máximo...”



Mandei um novo e-mail pro meu amigo Ocimar, que fez história numa universidade que faliu, quando ainda não havia o FIES e que ganha a vida passeando cachorro pruma pet shop. A questão era a relação entre um país de nova classe média e o impeachment. Não deve ser mole ter de aturar as frescuras de clientes de pet shop pela velocidade com que me respondeu, certamente, precisando conversar:

“Nova Classe Média? Tá de sacanagem, Máximo.., o problema da agência é a prática política de interesses difusos, sem determinação. Isso é ainda mais diante do argumento do fim do sujeito de classe que aparenta a precarização do mundo do trabalho. Aqui, mais do que nunca, a importância do trabalho do historiador, capaz de corrigir ensaios generalizantes. A especificidade da organização social brasileira desconhece a universalização do estatuto de classe média. Apenas em tal situação (“Por representar a pequena burguesia, uma classe de transição, na qual os interesses de duas classes se embotam de uma só vez, o democrata tem a presunção de se encontrar acima de toda e qualquer contradição de classe” (Marx, “18 Brumário”) é que se poderia admitir a gestão do sistema. Mas, o que temos não passou nem pelas Reformas de Base de mais de meio século.”


SRN, Ocimar

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