Sou Rubro-Negro desde tempos imemoriais, ainda da nossa Idade Média, de Paulinho, Luis Paulo, Jaime e Liminha (eu o vi completar os 500 jogos com o Manto). Ainda me divirto com a memória de meu fanatismo de moleque/adolescente, o campeonato carioca de 74, o primeiro ao vivo no Maracanã, em cima dos de segunda, mas cujo adversário era mesmo o América, que tinha um timaço e contra quem o Júnior, ainda no começo ocupando a lateral-direita, fez um golaço num chute lá do meio da rua, matando o goleiro Rogério. Foi o ano em que Zico se firmou. Não calculem como é difícil mesmo prum veterano, que cresceu com o Zico como ídolo, e que sabe que na vida real não somos nada especiais, sendo movidos por interesses materiais, objetivos, independente do mito do herói.
Não tenho dúvidas de que o papo de “amor ao clube” só existe pra torcedor, pra mim, pros companheiros que colaboram aqui no Nação Maior, pra toda a massa de 40 milhões de que nos constituímos. Infelizmente, já vivi o suficiente. Impossíveis a ingenuidade e a ilusão quanto à maioria dos que se aproximam do futebol, notadamente em relação àqueles que nunca entraram em campo, talvez nem sequer tenham jogado uma pelada na rua, mas cuja conta bancária é inacessível, confortável que está em Luxemburgo – não a “modelo”, como no humor na veia do grande Urublog, www.globoesporte.globo.com/platb/arthurmuhlenberg/, na definição exata do presepeiro ex-lateral fuleiro, reserva do Monstro Júnior (lembro-me bem: em 75, tiveram de trazer o Júnior às pressas da seleção brasileira amadora pra jogar uma partida decisiva do Carioca, porque "a" modelo sem chance, era uma avenida certa, pista livre).
Por falar no Urublog, foi nele em que vi o tal projeto de “Autonomia do Futebol Rubro-Negro”. Sabemos quanto o futebol é o queijo mais exposto às ratazanas disponível. Indispensável dispor de mais informações, estudar melhor o assunto, conhecer a legislação,ouvir quem a conheça, considerar as implicações. Também sabemos da dicotomia esperta entre a maravilha perfeita do clube-empresa e o pior dos mundos do clube social. Não é razoável que só o clube-empresa possua vantagens e o histórico clube social, responsável por 6 brasileiros, incontáveis cariocas, copas brasil, libertadores, mundial, seja só problema Calculem uma marca como a do Flamengo entregue de mão beijada prum grupo, quailquer grupo, enriquecer à vontade. Temo que as dívidas velhas fiquem com o clube social, o FLAMENGO propriamente, e a marca novinha, saudável, mundialmente famosa, entregue sob a propaganda de uma “modernidade”, de resto, mais do que anacrônica, do que já deveria ter virado sucata desde os sertanejos de goiás às gravatas hermés dos novos-ricos do collor. Sucata tal qual a concepção iluminista de uma história como “mestra da vida”.
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