Perguntaram uma vez a Niemeyer, naquele espírito conveniente do politicamente correto:
"E aí, mestre, como vai a maturidade, a experiência?"
"Não fode. A idade é uma merda."
De fato, meu irmão.
Não calcule quando a cabeça insiste no anacronismo e o corpo, pra mostrar que não está de sacanagem, apresenta as pontas dos dedos dos pés pretos porque se resolveu jogar bola com um tênis improvisado. E o pior é que a cabeça, beirando a esquizofrenia, ainda insiste em olhar pros pés e ver aquele moleque que jogava descalço e o Velho, à noite, esquentar a agulha, passar a linha, furar os calos, filtrando o sangue como num dreno.
É que ao saber da mobilização na Europa me dá a sensação de que a idade é mesmo o que diz o grande artista.
Torço para que esforços pelo coletivo acertem a mercadoria, cada vez mais metabolizada. Os deslocamentos que o capital provoca são muito dinâmicos e, em sua fase atual de consumo da imagem, a acumulação tornou-se flexível, precarizando o trabalho. O fetiche da imagem seduz, mas o acesso é pra poucos, mas, é justo nesse dilema, que não é pra ser resolvido, que está todo o poder da mercadoria fetichizada em imagem. Há mesmo uma realidade em que parte do trabalho já é desnecessária. Nessas condições fragmentárias, dispersas, "pós-modernas", será que funciona uma mobilização nos termos do capitalismo industrial, já superado pela sociedade de consumo?
Será que o futebol virou lugar só de Jeans, Correas e Silas? De gol na roça só no final e , ainda por cima, de um Deivid?
É, meu irmão, ainda bem que tem um ferro-velho aqui perto.
SRN
"E aí, mestre, como vai a maturidade, a experiência?"
"Não fode. A idade é uma merda."
De fato, meu irmão.
Não calcule quando a cabeça insiste no anacronismo e o corpo, pra mostrar que não está de sacanagem, apresenta as pontas dos dedos dos pés pretos porque se resolveu jogar bola com um tênis improvisado. E o pior é que a cabeça, beirando a esquizofrenia, ainda insiste em olhar pros pés e ver aquele moleque que jogava descalço e o Velho, à noite, esquentar a agulha, passar a linha, furar os calos, filtrando o sangue como num dreno.
É que ao saber da mobilização na Europa me dá a sensação de que a idade é mesmo o que diz o grande artista.
Torço para que esforços pelo coletivo acertem a mercadoria, cada vez mais metabolizada. Os deslocamentos que o capital provoca são muito dinâmicos e, em sua fase atual de consumo da imagem, a acumulação tornou-se flexível, precarizando o trabalho. O fetiche da imagem seduz, mas o acesso é pra poucos, mas, é justo nesse dilema, que não é pra ser resolvido, que está todo o poder da mercadoria fetichizada em imagem. Há mesmo uma realidade em que parte do trabalho já é desnecessária. Nessas condições fragmentárias, dispersas, "pós-modernas", será que funciona uma mobilização nos termos do capitalismo industrial, já superado pela sociedade de consumo?
Será que o futebol virou lugar só de Jeans, Correas e Silas? De gol na roça só no final e , ainda por cima, de um Deivid?
É, meu irmão, ainda bem que tem um ferro-velho aqui perto.
SRN
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