quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Chorumela recidiva ou "quero meu dinheiro"

Por 28

Vê lá, Máximo, faz alguma coisa de útil nesse teu curso e aproveita pra sugerir lá no nono andar da UERJ, ao núcleo de pesquisas sobre o futebol, uma disciplina que poderia muito bem se chamar "História do Resto". A princípio, pensei em "História dos Pequenos", mas percebi que isso poderia criar problemas, aumentando ainda mais os complexos clássicos dos de segunda, amarelos e da bambilândia. Resto, embora aparentemente depreciativo, parte de uma verificação realista, com base no que efetivamente sobra quando não se é efetiva e majoritariamente carioca. O que estou dizendo, meu irmão, é que, na impossibilidade defeituosa de não se torcer pelo Flamengo, é melhor ser resto do que pequeno, pois sempre há alternativa de consertar o erro e integrar-se à grandeza.

Repare como a realidade é inquestionável e deve ser mesmo a referência. A vocação para o complexo apareceu ontem novamente entre os amarelos. Agora a culpa é do Caio, um moleque de 19 anos, agora é o culpado pelo chororô de ontem, chororô de anteontem, chororô velho desde quando ele ainda nem sequer era projeto. Quantos anos, lembra-se? Acho que mais de 20 entre um título ao final da década de sessenta e aquele comprado pelo bicheiro no gol roubado pelo empurrão no Leonardo, em 89, contra o Flamengo. O goleiro era o Gigante, lá do Maxwell, lembra-se?

E os da bambilândia que precisam recorrer à História, se quiserem saber o que significa um título de expressão? A memória não se sustenta, porque necessita repetição, experiência impossível pra quem só conseguiu um título antigo, tão antigo quanto o esquecimento. Até já me esqueci, quando foi mesmo o título brasileiro da fauna laranjeira?


Deve ser uma emoção indescritível, inédita, viver o que estão vivendo hoje. Não é à toa que o patrocinador da fauna em que circula o resto é um plano de saúde. O que tem nela de problemas cardíacos pela emoção de ficar em primeiro lugar aumentou muito as vendas de plano de saúde. Cuidado só pro conca não repetir o romerito, que vivia cobrando o calote que havia levado, sempre dizendo:


"Quero o meu dinheiro!"


SRN

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