Nos
anos 80, era a “Carta de Intenções”. O noticiário econômico vivia a expectativa
da aprovação ou não pelo FMI da política econômica expressa na tal “Carta”.
Agora o aval mudou de nome e endereço, abrigando-se nas “agências de
classificação de risco”, na moralidade de fancaria, sobretudo a Moody’s. A
recomendação é igualmente categórica, embora não afaste de todo a ameaça: a
economia brasileira ficará parada em 2015 e 2016, mas se se mantiver na
austeridade, conseguirá o superávit primário necessário à “qualidade da dívida
pública”.
Não
dá pra ler isso sem rolar a página e verificar a data. De fato, 11/08/2015. O tempo
passou, a economia brasileira se diversificou, cada vez mais complexa em sua
dimensão continental, não bastando mais sequer o fato de sermos hoje um mercado
interno aberto. É curioso como antes o problema era a ‘economia fechada” e,
depois de aberta, parece que retornamos a uma divisão internacional do trabalho
de fornecedores primários – o que não é muita bobagem, haja vista a importância
das comoditties, cujo negócio da China indo pro ralo deve tirar o sono da
Ministra do Agronegócio, Kátia Abreu.
Forçando
ainda a leitura, é possível constatar o melhor dos mundos para o rentismo. No
noticiário, conforme a Moody’s, ainda não perdemos a condição de investimento,
mas o risco é alto, o que exige taxas de juros elevadas a fim de podermos
continuar a receber a visita do capital que estabiliza (risos).
Tudo
muito subserviente, mesquinho, árido, sem nenhuma imaginação.
SRN
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