terça-feira, 11 de agosto de 2015

A ‘Carta de Intenções” virou Moody’s

Nos anos 80, era a “Carta de Intenções”. O noticiário econômico vivia a expectativa da aprovação ou não pelo FMI da política econômica expressa na tal “Carta”. Agora o aval mudou de nome e endereço, abrigando-se nas “agências de classificação de risco”, na moralidade de fancaria, sobretudo a Moody’s. A recomendação é igualmente categórica, embora não afaste de todo a ameaça: a economia brasileira ficará parada em 2015 e 2016, mas se se mantiver na austeridade, conseguirá o superávit primário necessário à “qualidade da dívida pública”.

Não dá pra ler isso sem rolar a página e verificar a data. De fato, 11/08/2015. O tempo passou, a economia brasileira se diversificou, cada vez mais complexa em sua dimensão continental, não bastando mais sequer o fato de sermos hoje um mercado interno aberto. É curioso como antes o problema era a ‘economia fechada” e, depois de aberta, parece que retornamos a uma divisão internacional do trabalho de fornecedores primários – o que não é muita bobagem, haja vista a importância das comoditties, cujo negócio da China indo pro ralo deve tirar o sono da Ministra do Agronegócio,  Kátia Abreu.

Forçando ainda a leitura, é possível constatar o melhor dos mundos para o rentismo. No noticiário, conforme a Moody’s, ainda não perdemos a condição de investimento, mas o risco é alto, o que exige taxas de juros elevadas a fim de podermos continuar a receber a visita do capital que estabiliza (risos).

Tudo muito subserviente, mesquinho, árido, sem nenhuma imaginação.

SRN





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