Robert
Oppenheimer, judeu nova-iorquino, físico e pai do Projeto Manhattan. Resultado:
Hiroshima, a 6 de agosto de 1945, e Nagasaki, três dias depois.
Há
exatos 70 anos, portanto, Truman - que havia assumido a presidência dos EUA em
abril daquele mesmo nome, em virtude da morte de Roosevelt, executor do projeto
da bomba, estimulado por uma carta de Einstein que alegava temer que os alemães
a produzissem primeiro – dizimava a cidade de Hiroshima.
Não cabe
o cinismo político.
Ao que interessa, aqui nesta postagem, é o que Marx
escreveu em “O 18 Brumário de Luis Bonaparte”, na análise do golpe de Estado do
sobrinho de Napoleão na França de meados do século XIX. É um texto de
referência com várias conseqüências, entre às quais o papel do indivíduo na
História. E ninguém mais, na data de hoje, do que o físico Robert Oppenheimer
encarnou o que escreveu um outro judeu, igualmente brilhante, também filho de
alemães:
“Os
homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea
vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é
feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram.”
E a
História que Oppenheimer fez, sob as circunstâncias da II Guerra, segundo suas
próprias palavras – “tenho as mãos sujas de sangue” - o atormentou o resto da vida, a ponto de em
1954, no auge da caça às bruxas da era McCarthy, ter perdido a licença para
trabalhar em programas secretos do governo Eisenhower, sob suspeição de
comunismo.
SRN
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