quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A falácia da 'Carta de Professores Eméritos da UFRJ ao Ministro da Educação"



Quem vem de uma Universidade como a UERJ, que vive todas os problemas de se abrir, pioneiramente, à realidade brasileira, em que a expressão "realidade brasileira' não é apenas um objeto para brinquedo de acadêmicos em situação de "externalidade" ao sistema, aprendeu que a torre de marfim do conhecimento, "de excelência", "puro", é uma falácia simplesmente porque desconsidera as condições em que é produzido. Chama a atenção a "Carta de Professores Eméritos da UFRJ ao Ministro da Educação sobre a ingerência de instancias sindicais no Conselho Universitário e na Reitoria da Universidade". 

Ao chegar próximo ao fim da carta, tive a nítida sensação de que ela terminaria com a denúncia da "república sindicalista". Rapidamente, recuperei-me do anacronismo. Afinal, o Ministro da Educação, a respeito de cuja similaridade com Jango só se pode dizer que se deu no período do parlamentarismo instituído para castrar-lhe o poder legítimo e transformá-lo numa espécie de rainha da Inglaterra, integra o mesmo governo que corta 70% das verbas de pós-graduação e estimula com financiamento público essas catedrais de aço e vidro em que se fundem calhambeques universitários sob a orientação de conglomerados de capital aberto com atuação livre numa área que deveria ser prioritária e predominantemente pública. E quanto a isso? Nenhuma palavra iluminada?

SRN

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/guilhermeboulos/2015/08/1674069-a-patria-educadora-e-a-greve-nas-universidades.shtml?cmpid=compfb

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