“Com
efeito, diz Brecht, a situação se complica pelo fato de que a simples
reprodução da realidade não consegue dizer nada sobre a realidade. Uma fotografia
das fábricas Krupp ou da Aeg não diz quase nada sobre essas instituições. As
relações humanas, reificadas – numa fábrica, por exemplo -, não mais se
manifestam. É preciso, pois, construir alguma coisa.” / Benjamin, em “Pequena
história da fotografia”.
Brecht
influenciou muito Benjamin e este trecho da “Pequena história da fotografia” é
uma crítica à estetização da imagem, um fetiche que não apenas ilude a
mercadorização da arte, mas também a sua possibilidade política.
Será
que no Fantástico, amanhã, o agente aposentado do Dops aparecerá, em meio ao
colorido verde e amarelo, devidamente legendado com a bandeira “Comunista: vai
pra Cuba!”, ao lado de adolescentes risonhos, com seus tabletes e celulares,
fotografando o vovô de fim de semana?
SRN
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