sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Qual o sentido da presença de Mujica na UERJ?

São muitos. E o problema da análise de conjuntura é que dá ênfase a um ou outro aspecto, desconsiderando fatores que envolvem uma perspectiva mais ampla. Mujica, por isso, é a expressão de uma notável crítica à Economia Política. Sua presença comum, que dispensa pompa e circunstância, ajuda a enxergar o jogo de interesses políticos e econômicos em disputa na formulação de estratégias de Estado:
“Sou pobre o caralho! Consumo o justo porque defendo minha liberdade.”
De fato, Mujica, que porra de desenvolvimento é este em que a difusão da novidade tecnológica exige um padrão de consumo que sacrifica a universalidade da saúde, pendurada em planos de saúde, e da educação, das catedrais de aço e vidro de conglomerados de capital aberto com financiamento público liberado pelo Ministério da Educação do Reino Unido?


E já terminando a descida rápida à conjuntura (afinal, isso é postagem de blog), já foram esquecidos o massacre de professores do Paraná e da violência, praticamente em cima da do Paraná, cometida aqui, na mesma UERJ em que esteve ontem Mujica, numa demonstração da crise da Universidade da minha Cidade, crise, decerto, pois revela os limites de uma situação que já não mais se sustenta com possibilidades abertas que não podem ser prefiguradas?


SRN

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