sexta-feira, 18 de março de 2016

Dualismo reducionista é resposta ao vácuo de poder ocupado pela judicialização da política e pelo discurso de direita dominante no espaço público?


Curioso o dualismo reducionista que sempre nos pauta. Não é preciso ir muito longe. Quando Lula lança a “Carta aos Brasileiros”, a justificativa era: ou fazia concessões ou não chegaria ao poder. No poder, ou rebaixava a pretensão reformista ou seria derrubado. O rebaixamento chegou a tal ponto que praticamente não se distingue reformador e gestor do sistema. E o que é pior: não só não garantiu a estabilidade, como também não fez nada pra que a direita não vencesse no espaço público e ocupasse a posição que tem hoje nos corações e mentes, com os Aparelhos Ideológicos do Estado (Althusser) cumprindo a função social que sempre lhes coube na reprodução da ordem.
O que fazer?
É só uma opinião, sem nenhuma relevância, por isso, sem nenhum outro compromisso senão ser fiel a mim mesmo. Primeiro, recusar a formulação dualista, como se fosse a única saída pra quem tem o senso de realidade, da urgência dos fatos. Mas, a fim de atuar nos termos de quem só pensa e age desse modo, duas questões: este governo é um obstáculo ou um facilitador de um radicalismo à direita cada vez mais intenso? Não é possível uma frente política ampla capaz de superar este vácuo de poder ocupado pelo ativismo judicário e enfrentar com eficácia o discurso da direita que venceu no espaço público para que, adiante, não se transforme em ataque aos Direitos Sociais da Constituição de 88?
SRN



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