Curioso
o dualismo reducionista que sempre nos pauta. Não é preciso ir muito longe.
Quando Lula lança a “Carta aos Brasileiros”, a justificativa era: ou fazia
concessões ou não chegaria ao poder. No poder, ou rebaixava a pretensão
reformista ou seria derrubado. O rebaixamento chegou a tal ponto que
praticamente não se distingue reformador e gestor do sistema. E o que é pior:
não só não garantiu a estabilidade, como também não fez nada pra que a direita não
vencesse no espaço público e ocupasse a posição que tem hoje nos corações e
mentes, com os Aparelhos Ideológicos do Estado (Althusser) cumprindo a função
social que sempre lhes coube na reprodução da ordem.
O
que fazer?
É
só uma opinião, sem nenhuma relevância, por isso, sem nenhum outro compromisso
senão ser fiel a mim mesmo. Primeiro, recusar a formulação dualista, como se fosse
a única saída pra quem tem o senso de realidade, da urgência dos fatos. Mas, a
fim de atuar nos termos de quem só pensa e age desse modo, duas questões: este
governo é um obstáculo ou um facilitador de um radicalismo à direita cada vez
mais intenso? Não é possível uma frente política ampla capaz de superar este
vácuo de poder ocupado pelo ativismo judicário e enfrentar com eficácia o
discurso da direita que venceu no espaço público para que, adiante, não se
transforme em ataque aos Direitos Sociais da Constituição de 88?
SRN
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