terça-feira, 22 de março de 2016

O Poulantzas de Fernando Henrique sempre sai de lona

Fernando Henrique estava mais pro “bloco no poder” do que pra “teoria regional do político” (a política com autonomia pra transformar o Estado pra além do capital. Segundo Poulantzas, não se trata nem de Estado-classe nem de Estado-sujeito, mas de Estado-relação, poroso à correlação de forças, em que a crise não desemboca numa situação de duplo poder, o “Contra-Estado” de Lenin, mas “a ruptura pode cruzar o interior do Estado”).
Prefere o nosso Mazaropi de Nanterre sair de lona, ficando só com a defesa que Poulantzas faz das qualidades da democracia representativa (pluralidade de partidos e liberdades política e formal).
É o tal negócio: conforme o papo entre H. Weber e Poulantzas, na revista “Teoria & Política” de 82:
H.Weber: “nas sociedades contemporâneas toda democracia é representativa [inclusive, a direta, porque há também delegação]. A questão é saber se a forma de representação é um abandono de poder ou uma real delegação de poder, com a possibilidade de controle. Digo eu que as formas de democracia veiculadas pelas tradições burguesas são abandono de poder.”
“Semipresidencialismo” é golpe!

SRN

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