A
Presidente é tediosa, mas tocou num ponto que, se fosse mais competente na
comunicação, deveria insistir. Referiu-se, confusamente, à desproporcionalidade
da ação sobre Lula, numa alusão a própria negação do que caracteriza o Estado
de Direito, em sua premissa fundamental, histórica, de limitação do poder do
Estado. Democracia representativa, burguesa, gerida com respeito pelo
Lulopetismo. O Estado excedeu-se, corrompendo as suas próprias premissas? Neste
caso, manifestou-se como um "mecanismo das elites", denunciando seu
caráter de classe, como já tivemos em outras oportunidades, sobretudo em 64,
conforme ampla e excelentemente fundamentada por Dreifuss, no clássico
"1964: a conquista do Estado"? Alguém acredita, com franqueza, que
seja este o caso, que o ex-Presidente representa, de fato, uma ameaça aos
"interesses das elites", após ter-lhe gerido o consenso num
presidencialismo de coalizão que ainda está ai, cada vez mais liberal? Afinal
de contas, o que temos é um Estado de Direito, portanto, burguês, que deve ser
respeitado, ou um Estado de Direito, portanto, burguês, que tem de ser
combatido e que atua como um mecanismo de elite?
SRN
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