quinta-feira, 17 de março de 2016

“Semipresidencialismo” é que é o golpe

A direita venceu no espaço público. Esta é a premissa maior da qual deriva toda a pequena política que se baseia no rebaixamento da política em favor de uma moralidade de gestão da ordem. Ironicamente, ou talvez a grande tragédia que encerra toda comédia, torna-se grande política (Gramsci). A única semelhança, aliás, com o golpe de 64 – o que é próprio do capitalismo, sempre corrupto, mas muito moralista via imprensa,  Aparelho Ideológico do Estado (Althusser), por excelência. De resto, não temos mais Guerra Fria, em que a Revolução Cubana era usada contra qualquer alternativa de autonomia, acusada de “subversão”; não temos um governo que ameace em nada as relações de produção (juros, lucros, salários e propriedade), ao contrário, cedeu o que lhe pediram na coalizão; as Forças Armadas não intervém no processo político.  Não há, portanto, nenhuma possibilidade de ruptura como no golpe de 64. Fala-se em intolerância, até na banalização de um conceito que precisa muito cuidado, “fascismo”. O que há é um acirramento convenientemente estimulado e que faz parte da estratégia desse discurso vencedor, cujo objetivo é revisar o Contrato Social. Conforme Fernando Henrique e Armínio Fraga, os Direitos Sociais da Constituição de 88 não cabem mais no PIB.

Como impedi-los?

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