A
direita venceu no espaço público. Esta é a premissa maior da qual deriva toda a
pequena política que se baseia no rebaixamento da política em favor de uma
moralidade de gestão da ordem. Ironicamente, ou talvez a grande tragédia que
encerra toda comédia, torna-se grande política (Gramsci). A única semelhança, aliás,
com o golpe de 64 – o que é próprio do capitalismo, sempre corrupto, mas muito
moralista via imprensa, Aparelho
Ideológico do Estado (Althusser), por excelência. De resto, não temos mais
Guerra Fria, em que a Revolução Cubana era usada contra qualquer alternativa de
autonomia, acusada de “subversão”; não temos um governo que ameace em nada as
relações de produção (juros, lucros, salários e propriedade), ao contrário,
cedeu o que lhe pediram na coalizão; as Forças Armadas não intervém no processo
político. Não há, portanto, nenhuma
possibilidade de ruptura como no golpe de 64. Fala-se em intolerância, até na
banalização de um conceito que precisa muito cuidado, “fascismo”. O que há é um
acirramento convenientemente estimulado e que faz parte da estratégia desse
discurso vencedor, cujo objetivo é revisar o Contrato Social. Conforme Fernando
Henrique e Armínio Fraga, os Direitos Sociais da Constituição de 88 não cabem
mais no PIB.
Como
impedi-los?
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