terça-feira, 31 de março de 2015

O golpe e a ditadura não são meras opiniões

Um dos grandes problemas da operação de apagamento pós-moderna, sobretudo em países como o Brasil, cujo passado traumático recente não recebeu o devido acerto entre História e Memória, é justamente o de confundir as coisas, como se tudo não passasse de mera opinião. 
É um mero ponto-de-vista, pois, adolescentes posarem ao lado de um torturador assassino, como um vovô de fim de semana, naquele circo de horrores do domingo 15, saudado pelo O Globo, como a "democracia tem novo 15 de março". 
Respeitar a divergência é outra falácia e que nada tem em concordar com a versão pós-moderna em que a história não passa de mais uma narrativa, dentre outras, uma espécie de modalidade literária. Nisso, Hobsbawn é decisivo, diz logo ao que veio em "Sobre História". Historiador não é ficcionista: 
"Defendo vigorosamente a opinião de que aquilo que os historiadores investigam é real. O ponto do qual os historiadores devem partir, por mais longe dele que possam chegar, é a distinção fundamental e,para eles, absolutamente central, entre fato comparável e ficção, entre DECLARAÇÕES HISTÓRICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS E SUJEITAS À EVIDENCIAÇÃO E AQUELAS QUE NÃO O SÃO." 
O golpe e a ditadura,portanto, não são meras opiniões.
SRN

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