No "Diário do centro do Mundo", na reprodução da coluna que publica no Globo, Veríssimo comenta a declaração do ex-Ministro de Sarney e FHC, Bresser Pereira, a respeito do ódio que decorre da luta de classes que se instaurou no país nos últimos dois anos. Vem da burguesia, esgotado o pacto de classes para a governabilidade empreendido por Lula.
A maturidade que o Povo Brasileiro demonstrou ontem, nas ruas, permite que se discuta para além do FlaxFlu. Não há sinais de luta de classes. Se o reformismo encontra problemas este se deve fundamentalmente ao problema midiático.
Outro dia, indo encontrar com a minha filha que mora no Bairro de Fátima e passando pela Praça da Cruz Vermelha, em frente ao Hospital do Câncer, ouvi duas funcionárias da limpeza com um ódio visceral da Dilma, como se fossem duas udenistas do Clube da Lanterna do Lacerda. Lembravam a cartunista Hilde pré-golpe 64.
Um outro dia também, dentro do 433, de Vila Isabel pro Leblon, ouvi do motorista coisas do arco da velha contra a Presidente.
E, não acredito que tanto as faxineiras, quanto o motorista, todos, provavelmente beneficiários dos programas "crédito Popular", "Minha Casa, Minha Vida", sejam da elite ou da classe média paulistana.
Isso só reforça minha opinião, tão inútil quanto qualquer outra, de que a luta é pela comunicação. Indispensável disciplinar as organizações empresariais da comunicação.
SRN
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