sábado, 5 de junho de 2010

E o Verbo se fez Carne


Na volta pela Amaral Peixoto, a memória aberta, o início da adolescência, o moleque de onze anos em seu primeiro título, firme nos ombros do pai. A Charanga ainda original, um Flamengo típico, de garra, Jaime, Liminha, o mítico Geraldo, assobiador. Havia o Júnior, no começo, ainda na lateral-direita, num golaço praticamente do meio-campo encobrindo o Rogério, goleiro daquele timaço do América. Júnior ainda permaneceria na lateral no ano seguinte, em 75, quando o futebol carioca vive a sua grande revolução, feita pelo Francisco Horta, a única coisa que prestou vinda das laranjeiras. O chamado "troca-troca", Nielsen ( preparador de goleiros, da seleção, antes do atual Wendell, este, sim, um grande goleiro), Zé Roberto (um promissor ponta-esquerda) e, o já falecido, Toninho baiano (grande lateral-direito, o único benefício que tivemos no negócio), vindos do fluminense, em troca de Doval, Rodrigues neto (lateral-esquerdo, bom lateral, lateral da copa de 78, razão de Júnior - muito superior, como, posteriormente, demonstraria a História, mas ainda no começo - ter sido deslocado do meio-campo para a lateral-direita) e Renato, também goleiro da seleção brasileira. Eram tempos de Hélio Maurício. O verdadeiro Márcio Braga, o Grande Presidente da História Rubro-Negra, viria a seguir, pela FAF, a Frente Ampla pelo Flamengo, que nos deu o período mais glorioso de todos os tempos, de todos os tempos do próprio futebol brasileiro, na invenção de um modo de se jogar futebol, cujo ápice refletir-se-ia na grande arte da seleção de 82. Mas isso é outra história.
O que na estrada me ocorreu é que nada é suficiente nem sequer o filtro da memória, sempre seletivo, a passar com razoável clareza talvez apenas o que convém.

É que havia ZICO.

Sou de uma geração que cresceu junto com o mito.

Havia ZICO.

Há ZICO.

Nação Maior Carioca, de agora em diante, também é um espaço religioso.

SRN

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