sábado, 15 de maio de 2010

Bruno, olha com quem você está se metendo

Uma das vantagens da audiência qualificada, só possível na República Federativa Rubro-Negra, nos permite praticamente a ausência de trabalho. Adiante de um Rubro-Negro sempre há um outro que pensa melhor:

"Leio que o comando técnico do Flamengo decidiu manter o goleiro Bruno como capitão da equipe. É um líder, dizia a nota.

Tendo absorver a notícia e findo por pensar nas características necessárias ao desempenho do posto de capitão. Quais seriam afinal?

Liderança, indubitavelmente, é uma delas. Rogerio Ceni, goleiro do São Paulo é um nato detentor desse requisito. Representa a contento tanto o elenco, quanto, eventualmente, a própria diretoria. É bem articulado e, sobretudo, faz-se presente nos momentos de dificuldade.

Há de ser tranquilo, sereno mesmo. Em meio às brigas é o cara que tira os companheiros do bolo e distribui uma meia dúzia de berros chamando todos à razão. Tudo isso, claro, finda por torná-lo o depositário da confiança de todo o grupo. Um bom capitão, portanto, não é dado à formação de panelinhas.

Deve ter um tantinho de diplomata e assim conseguir um perfeito e equilibrado relacionamento com todos os segmentos do clube. Capitão é ponte, é elo.

O respeito é qualidade que norteia esse posto. Já houve quem falasse do zagueiro-zagueiro. Falemos então do capitão-capitão Pois, é o verdadeiro capitão-capitão não soca peito de companheiro e acima de tudo, sabe desde criancinha que a torcida (sobretudo a do Flamengo) é, sem qualquer exagero, o maior patrimônio do clube.

Lembro de Alex, capitão do América e vencedor do prêmio Belfort Duarte (dez anos sem uma expulsão sequer). Era zagueiro e jogou entre 1967 e 1979. Jorge Benjor já disse que zagueiro tem de ser malandro. Alex, louro e alemão, era o protótipo da malandragem de que falava o rubro-negro Jorge.

Se de um zagueiro espera-se um tanto de malandragem, o que devemos esperar de um goleiro-capitão? Decerto que não um Narciso a achar “feio tudo o que não é espelho”. Há por aí poucas coisas piores do que um goleiro apaixonado pela própria imagem.

No mais, há algo de preocupante numa equipe que faz de Bruno seu capitão e o que é mais grave, o considera líder.

Lembro de Alex, vejo Bruno e me confesso um tanto quanto envergonhado."

Por Tadeu dos Santos

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